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Tagarelice Parlamentar

Por: Péricles O. Tavares

O poder político define comportamento da nação una, à priori, na pessoa dos deputados eleitos enquanto legisladores, e à posteriori, é extensivo ao executivo que tem como subida missão, a administração da república, no vigente e vinculativo sistema de governação cabo-verdiano.

O parlamento, uma instituição dignificante de merecido mérito, um auditório de liberdade, de pensamento, de convicção, de projeção e engrandecimento de uma coletividade que se agiganta num mundo cada vez mais organizado e globalizado, não merece de maneira alguma ser identificado como sendo patriotista, não tendo noção de nacionalismo. Basta de “tuges”.

Sexta-feira, 12 de Maio de 2023, entre queixas e queixumes, o problema dos transportes marítimos e entrilhas descoordenados, e de transportes aéreos desarticulados, mostrou um gigantesco quadro de irresponsabilidade e impunidade.

A República carece de um Tribunal Administrativo para vigiar e corrigir os enganos e as insuficiências, para forjar e legitimar a elaboração do novo código eleitoral, com princípio na igualdade de oportunidade e mérito em lista nominal aberta, à condição “sine quo non”.

Cabo Verde deve revogar as suas leis, a Carta Magna, o Estatuto do Deputado fora de tolerância, obsoleta e desajustada, sendo a norma desejada, adequada à necessidade e identidade nacional; competência não falta, basta coragem!

Se se repensar este pequeno estado, sendo, contudo, um rico estado por desvendar as suas potencialidades, no meio do mundo à espera de desenvolvimento sustentável, de parcerias estratégicas e audazes, incorporando a sua diáspora. Cabe então a Cabo Verde e ao seu povo a livre e inteligente escolha, sendo o caminho, e os projetos, priorizar para edificação do mesmo, seja os transportes, seja os portos, os aeroportos, seja o que for, sendo que a vontade nacional fala mais alto.

Cabo Verde, estado república soberana, está acima de qualquer interesse de partidos ou de grupelhos mal preparados civil e politicamente, agressivos arruaceiros alienadores da juventude, e desacreditados Deputados.

Cabo Verde quer e ambiciona sempre, de todas as gerações, tanto as presentes e vindouras, de sacrifícios repartidos para o engrandecimento e imortalidade de sermos cabo-verdianos. A pobreza deixa de fazer permanente morada nas Ilhas quando soubermos diferenciar pelo diagnóstico assertivo o que nos leva a encontrarmos as causas para a sua debelação e extermínio, uma economia verde associada à economia azul, à dessalinização e industrialização de forma acentuada e determinante.

Para tal poupança e equilíbrio orçamental, são necessários cortes nas despesas supérfluas; reduzir a representação diplomática onde menos diferença apresenta; consolar os necessitados entregues à mendicidade; à infância e às viúvas é necessária toda a solidariedade possível de um governo republicano; e evitar a todo o custo, por fim, a emigração da juventude. Os cabo-verdianos todos unidos de mãos dadas com o governo, num esforço coordenado, irão ultrapassar e sair da corda bamba do subdesenvolvimento.

No momento que corre, com o mundo em sobressalto, e após vencer a pandemia Covid-19, eis que surge a polemologia no leste europeu, tendo um maior impacto internacional, e é um alerta a nível global de consequências imprevisíveis; ao investir na subsistência nacional já e agora, e obter reservas, com todos os esforços nesta ou naquela direção, é uma preocupação primordial, e cabe aos gestores públicos encetar esforços nessa direção.

Senhores Deputados, representantes da nação, a vossa firme determinação será única: servir, sempre servir, jamais sendo servido. O passado já era, passou à história, o futuro está em construção permanente e é o que mais importa para a afirmação nacional.

Concentrar no essencial, encontrar soluções para cada necessidade ou problema, com propostas convincentes, constitui tamanha contribuição para uma boa governação, um dever sagrado de todos os intervenientes parlamentares. Quem não erra, é alguém que nunca tentou fazer algo para o bem comum. Doravante todos unidos, a fazer para que, no fim de cada etapa, saiamos todos vencedores e levar Cabo Verde mais além.

Cabo Verde, terra querida, tera di nos tudu!

12 de Maio de 2023,

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 820, de 18 de Maio de 2023

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