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As duas Faces da NATUREZA HUMANA! (Duo Humani Naturae Facies!)

Por: Francisco Fragoso

A Medicina não é apenas uma Ciência e Técnica, é outrossim, assumidamente uma Arte de múltiplas ressonâncias Humanas!: Francisco FRAGOSO

O desenvolvimento das investigações sobre o Sistema Nervoso chocou sempre, no decurso da História Humana, contra indomáveis e ariscos obstáculos ideológicos, receios viscerais (à direita como à esquerda). Todas as investigações que, direta e indiretamente, atingem a imaterialidade da alma, colocam a fé e a crença em perigo. Eis  porque, ipso facto, estão votadas à fogueira! Receia-se, outrossim e, ainda, o impacto sobre o social das descobertas da Biologia, que usurpadas por alguns, podem se transformar em armas opressivas!

Aliás, por seu turno, as boas leituras da secção “Ciências Humanas” afectam, em geral, a corda pessoal: Destarte, aí, o caucionamento político, acolá a educação sexual das crianças. A investigação dos mecanismos “internos” que aí se encontram caucionados, interessa muito menos. Ela não desemboca, à curto prazo, sobre nenhum código de boa conduta, não liberta o segredo da felicidade, não permite prever o Porvir!

Observadas de um outro Planeta, as condutas humanas evidenciar-se-iam muito surpreendentes! O homem é uma das raras espécies animais que mata os seus semelhantes, de modo deliberado! Ou seja: ele condena o crime individual, condecora os responsáveis de homicídios colectivos ou os inventores de horríveis máquinas de guerra. Este louco contrassenso persegue-o através da sua história desde a invenção do machado talhado em pedra até afinação das bombas termonucleares! Resistiu à todas as religiões e a todas as filosofias, mesmo as mais generosas. Como sublinha, aliás, avisada e  criticamente, o egrégio escritor e jornalista Britânico, Arthur KOESTLER (1967) encontra-se bem inscrita “em duro” na organização do cérebro do homem.

Todavia, vale a pena recordar, com ênfase, que o homem embelezou outrossim a Capela Sextina, compôs o Sacre du Printemps, descobriu o átomo!  “Que quimera assume, por conseguinte, o homem? Que novidade, que monstro, que caos, que sujeito de contradição, que prodígio”! Enfim e, em suma: “O que se passa, por conseguinte, na cabeça, deste Homo que se atribui sem vergonha o epíteto sapiens?”

HOMO HOMINI LUPUS!

Lisboa, 23 Abril 2023

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 817, de 27 de Abril de 2023

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