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Diáspora

Boston: Suspeito de assassinato de Zenira detido por fraude de passaporte

Johnny Brandão, fugitivo suspeito de dois casos de assassinato em Cabo Verde (da salense Zenira Gomes e do cambista Branco) foi ouvido na segunda-feira,15, pela justiça norte-americana, na sequência da sua detenção por fraude de passaporte. A Procuradoria Federal propôs uma pena entre 10 a 16 meses de cadeia, o que contraria um comunicado do Ministério Público de Cabo Verde que avançou que Johnny pode enfrentar uma pena de até 10 anos de cadeia nos EUA.

Johnny Barros Brandão, de 40 anos, acusado de assassinar o cambista conhecido por Branco, em Março de 2014, e a jovem Zenira Gomes, em Agosto de 2021, foi ouvido na segunda-feira,15, pela justiça norte-americana, após ter sido detido, em Boston, no passado dia 9, acusado de fraude de passaporte.

O Santiago Magazine, que cita fonte que acompanha o processo nos EUA, avançou que devido ao facto de não ter antecedentes criminais naquele país, a Procuradoria Federal propôs na audiência, da passada segunda-feira, uma pena entre 10 a 16 meses de cadeia, o que contraria um comunicado do Ministério Público de Cabo Verde, que avançou que Johnny enfrenta uma pena de até 10 anos de cadeia nos EUA.

A Procuradoria norte-americana argumentou ainda, segundo a mesma fonte, que não vai usar os factos de Johnny Brandão ter sido acusado em Cabo Verde, já que “tanto no arquipélago, como nos Estados Unidos ele sempre se presumirá inocente”.

Sendo assim, os advogados do Johnny “estão muito confiantes” que ele sairá sob outra medida de coacção que não seja restritiva de liberdade. Quando for marcada a audiência de julgamento, testemunhas abonatórias irão ser arroladas, assim como documentos e peças processuais do caso em Cabo Verde, tudo para provar aquilo que a sua defesa chama de “aflição e injustiça” que lhe levou a sair de Cabo Verde.

Detenção em Boston

Sobre a detenção nos EUA, Johnny Barros terá dito em um formulário de inscrição na Embaixada dos EUA, em Dakar, Senegal, que havia perdido seu passaporte durante um jantar no Natal de 2022, de acordo com o Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito de Massachusetts.

Entretanto, o site NBC10 BOSTON avança que Brandão terá mentido, uma vez que este teve seus passaportes americanos e cabo-verdianos confiscados quando foi libertado da prisão preventiva pelo Tribunal da Comarca da Praia. Este sumiu do mapa dias depois, com a justificação de falhas processuais.

O suspeito, avançou a este portal Americano que entrou nos EUA a 30 de Dezembro com o passaporte substituto e registros de viagem onde seu nome estava escrito incorretamente, conforme as autoridades.

Sendo assim, foi acusado de fraude de passaporte e detido em Boston na terça-feira,9. Recorde-se que em Cabo Verde, Brandão é acusado de ser um dos assassinos do cambista conhecido por Branco, em Março de 2014, e da jovem Zenira Gomes, em Agosto de 2021. Curiosamente, nestes dois casos os corpos foram descartados no mesmo local: Ribeira Laranjo.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 820, de 18 de Maio de 2023

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