A Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia), que hoje completa nove anos de existência, está a preparar uma petição, a ser entregue à Assembleia Nacional, reivindicando respostas a nível de políticas públicas para famílias e crianças vulneráveis, em termos de reabilitação e habilitação.
A associação, segundo avançou à Inforpress a sua presidente, Isabel Moniz, tem actualmente 600 crianças e jovens com necessidades especiais na sua base de dados, sendo que segue um total de 78 casos.
“Não conseguimos chegar em termos de reabilitação e habilitação a todos, mas temos um trabalho montado em que apoiamos crianças, jovens e filhos em condições de deficiência com atendimento, cesta básica e outros”, explicou, adiantando ainda que a Colmeia presta serviços a 100 crianças e jovens com atendimento continuado.
Parceiros
A Colmeia, explica, tem trabalhado com o apoio de parceiros, nomeadamente na distribuição de cestas básicas às famílias, mas há desafios que, para serem vencidos, precisam de financiamento.
Por outro lado, diz que a organização continua com o duodécimo de pouco mais de 87 mil escudos, não obstante as solicitações de aumento.
“Nós continuamos com o duodécimo no valor de 87.850 escudos, temos seis técnicos especialistas identificados para trabalharem nesta área e apoiamos ainda as famílias com 42 escudos para pagarem transporte e poderem trazer os filhos para atendimento”, precisou.
Comparticipação INPS necessária
A nível de políticas públicas, “continua a correr atrás de respostas” para as famílias e crianças vulneráveis em termos de reabilitação e habilitação, assim como comparticipação do Instituto Nacional da Previdência Social em tratamentos.
“São áreas que ainda não conseguimos e que, ao longo dos anos, temos estado a falar com o poder público no sentido de Cabo Verde ter um serviço de intervenção precoce e um trabalho de despiste vocacional para podermos empoderar os jovens com deficiência com formação profissional”, explica Moniz, reforçando a falta de comparticipação no sistema contributivo do INPS.
Trata-se, segundo diz, de uma questão de “direitos humanos”, à qual Cabo Verde ainda não conseguiu dar respostas, lembrando, igualmente, a falta de professores de apoio em termos de educação e trabalho de conteúdos para as crianças com deficiência que estão a estudar.
Petição lançada dia 21
Com base nestas reivindicações, vai ser lançado, no dia 21 do corrente mês, uma petição dirigida à Assembleia Nacional, solicitando uma decisão dos poderes públicos. O intuito é recolher três mil assinaturas.
A Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais foi constituída a 16 de Abril de 2014 e tem como principal missão sensibilizar a nossa população e os poderes públicos sobre a temática da deficiência, para a criação de respostas e oportunidades para cada cidadão que possa estar na condição de deficiência.
C/ Inforpress