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Cinema

CENA está de volta e homenageia Elisa Andrade, protagonista de “Sambizanga”

A terceira edição da CENA – Mostra Africana de Filmes Dirigidos por Mulheres –  acontece em Maio deste ano. Depois de um interregno em 2022, este evento cinematográfico está de volta e, segundo a organização, homenageia a antiga Combatente pela Liberdade da Pátria, investigadora e atriz Elisa Andrade. O festival será produzido em colaboração com a Mostra de Cinemas Africanos, do Brasil.

A retoma do CENA 2023 traz novidades, desta vez a parceria com a Mostra de Cinemas Africanos, do Brasil. Nascido em 2018, em São Paulo, este é o único festival no Brasil exclusivamente dedicado ao cinema africanos contemporâneo, com vários filmes da sua curadoria a serem inéditos no país.

Conforme avança a organização, Graças a esta parceria, a CENA terá na sua programação deste ano uma curadoria especial, com filmes de vários países africanos cuja trajetória a Mostra de Cinemas Africanos acompanha nos mais importantes festivais de cinema do mundo, como Cannes, Berlinale, Toronto, Veneza, Rotterdam e Fespaco, e que levam para o Brasil os títulos de maior interesse.

Já a curadoria CENA, garantem, também reserva algumas novidades, para além da satisfação de repetir na programação o nome de algumas cineastas cabo- verdianas e dos PALOP.

Homenageia protagonista de “Sambizanga”

Esta terceira edição, lançada hoje no Dia da Mulher Cabo-verdiana, homenageia a antiga Combatente pela Liberdade da Pátria, investigadora e atriz Elisa Andrade.Recorde-se que Elisa Andrade (1938 – 2021) foi, em 1972, convidada pela realizadora Sarah Maldoror (1929 − 2020 ) para protagonista do célebre filme “Sambizanga”, baseado na obra literária do escritor Luandino Vieira “A Vida Verdadeira de Domingos Xavier”. 

A relação profissional com a cineasta francesa com ascendência guadalupenha iniciara em 1968, com a curta metragem “Monangambée”, adaptação do conto “O fato completo de Lucas Matesso”, também de Luandino Vieira, e onde a atuação de Elisa Andrade deixara tão boa impressão quanto a sua beleza, tendo sido baptizada de “Diamante Africano”.

Elisa Silva Andrade integrou o grupo de estudantes de Angola, Moçambique e Cabo Verde que, em 1961, protagonizou a grande evasão de jovens quadros africanos de Portugal para França, a fim de integrarem as fileiras dos movimentos nacionalistas.

O Festival

De notar que o CENA visa destacar, por um lado, as mulheres no cinema cabo-verdiano e, por outro, incentivar mais mulheres a enveredarem pela área.

A primeira edição da CENA aconteceu durante dois dias em Março de 2020, na cidade da Praia. Na altura, foram exibidos filmes dirigidos por oito cineastas cabo-verdianas (metade delas da diáspora), entre curtas e longas metragem, documentário e ficção. 

De assinalar o facto de que praticamente todas as convidadas eram já realizadoras premiadas em competições no país ou no exterior.  Paralelamente, a organização recorda que realizaram-se duas oficinas de cinema dirigidas a estudantes e duas sessões de debates com participação das realizadoras convidadas.

A segunda edição, um ano depois, aconteceu no Mindelo, sob a presença ainda da pandemia da covid-19, que condicionou o formato do festival. 

A programação foi assim desenvolvida, maioritariamente, online (filmes e debates) mas a Uni-CV em São Vicente acolheu também sessões e oficinas para os estudantes. 

Nessa 2ª edição a CENA internacionalizou-se, acolhendo a participação de algumas cineastas dos PALOP.

Agora a 3ª Edição acontece em Maio deste ano, estando ainda por avançar as datas concretas do festival.

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