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Brava

Francisco Tavares diz que a ilha Brava é a “mais prejudicada” pelos poderes públicos

Imagem: inforpress

O edil bravense, Francisco Tavares defendeu hoje que a ilha Brava merece dos poderes públicos cabo-verdianos um tratamento diferenciado e pensa que todas as outras ilhas devem estar solidárias porque “é a ilha mais prejudicada”. 

“A Brava é uma ilha que ao longo dos anos, talvez da época colonial a esta parte, as coisas acontecem sempre depois, em último lugar e não tem havido uma discriminação positiva para com a ilha, para que a ilha possa acelerar o passo de desenvolvimento e atingir o patamar médio de desenvolvimento das ilhas por uma questão de justiça”, indicou o edil. 

Francisco Tavares alertou que a Brava é a única ilha com dificuldades de ligações ao longo de toda a sua história, pois, como adverte, há sempre o sobressalto da confiança nas ligações marítimas, embora tenha havido “ganhos”, mas que depois surgem retrocessos nesse sentido. 

Investimento maiores na ilha não existem

Revelou ainda que todos que a quiserem visitar pensem duas ou três vezes antes de a fazer, sustentando que isso “aniquila” qualquer possibilidade de investimentos maiores, de desenvolvimento.

Embora realçou que se deve “reconhecer” que o Governo tem investido em infra-estruturas, e apoiado a câmara municipal com mais recursos para investimentos. 

Entretanto, enfatizou que “já se ultrapassou o momento de realmente atacar os problemas estruturais”, indicando o problema dos transportes, água e saúde. 

Quanto à água o edil diz que o problema será “resolvido em 2024” e quanto à saúde aponta que a primeira pedra da construção do novo centro de saúde, com valências hospitalares, seja lançada ainda em 2023, acreditando que em 2024, a Brava vai ter mais este problema “estrutural resolvido”. 

Ligações marítimas deficitárias

Entretanto, realçou o autarca que todos estes projetos podem ficar “totalmente comprometidos, caso a ilha continue sem uma solução definitiva, consistente em relação à ligação da Brava com a ilha do Fogo e a Cidade da Praia”. 

E, a seu ver, a “solução mais viável” seria uma embarcação de menor dimensão e “única e exclusivamente” destinada à ligação Brava – Fogo – Brava, capaz de adequar o seu horário à chegada e à partida dos voos a partir do Fogo e até à chegada de outros navios de passageiros da Praia até ao Fogo. 

“Não precisa ter um ou dois barcos com capacidade para mais de 200 passageiros, mas um barco com a capacidade de 50 até 100 passageiros, que possa fazer a viagem à ilha do Fogo diariamente, criando confiança às pessoas”, segurou.  

Atrair diáspora 

Se isso for feito, o edil diz não duvidar de que a Brava terá muitas visitas, mais investimentos, mais criação de empregos, o que transmite mais confiança, principalmente a quem visita a ilha.

Igualmente destacou a “grande diáspora” que tem muitos bravenses em idade de reforma ou pré-reforma, que “podem e desejam” permanecer na Brava, por mais de seis meses e a outra parte do ano nos Estados Unidos da América, mas que tem de haver condições para que isso seja viável.  

Para Francisco Tavares, somente seriam necessários dois a três anos desta “discriminação muito positiva”, com muito mais investimentos via transferência para a câmara municipal e de investimentos directos de certos ministérios, e tudo estaria resolvido. 

C/ Inforpress

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