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Santo Antão

Trabalhadores derrubam muro em protesto por salários em atraso 

Quatorze trabalhadores da estrada de penetração no vale de Figueiral do Paul, com dois meses de salários em atraso, começaram hoje a demolir o muro de protecção da estrada e ameaçam continuar se não receberem o que lhes é devido.

Os trabalhadores afirmaram que já “perderam a paciência” de tanto esperar para receber os dois meses de salários em atraso.

Por isso, hoje, em jeito de protesto, começaram a deitar abaixo os muros de protecção da estrada que os mesmos consideram ser o trabalho “não pago” pela empreiteira Armando Cunha, responsável pela obra, nessa altura.

Honrar compromissos 

António Miguel Sousa, responsável dos trabalhadores, alegou que o dinheiro em causa é para honrar os seus compromissos com terceiros.

“Não queremos deitar abaixo o trabalho que fizemos, porque não é do nosso feitio, mas já chegamos ao extremo. Como é possível brincarem com a nossa sobrevivência. Já trabalhamos, queremos só o nosso dinheiro” sublinhou.

Este chefe de família, salientou que desde então tem “sobrevindo” quando aparece um dia de trabalho e, num mês, só tem aparecido três ou quatro dias de trabalho.

Intervenção do Governo 

O trabalhador pediu a intervenção do Governo, “o mais breve possível”, de modo a receberem o dinheiro em questão.

Estes trabalhadores afirmaram ainda que, se a situação não for resolvida, vão manifestar-se empunhando cartazes, na sexta-feira, quando, segundo souberam, os membros do Governo estarão no Paul, para reivindicarem o que lhes é devido.

Armando Cunha nega ter trabalhadores com salários em atraso 

Contactado pela Inforpress, o responsável da empreiteira Armando Cunha, João Rêgo, disse que a empreiteira não tem nenhum trabalhador em Santo Antão e que estes não estão enquadrados na empresa. A mesma fonte foi categórico e afiançou que “de certeza” estes trabalhares não têm nenhum contrato com a Armando Cunha e sim com os subempreiteiros.

Por sua vez, o representante das subempreiteiras, Alex Construções e Brandão Neves Construções, Victor Neves, disse que enquanto subempreiteiro tinham uma equipa a trabalhar na obra.

“Tínhamos um contrato com a empreiteira Armando Cunha, mas fecharam a obra e nunca mais nos deram nenhuma satisfação. Entretanto, ficaram com o compromisso de pagarem os dois meses de salários e nunca pagaram” explicou.

A mesma fonte disse ainda que já falaram com o edil paulense, António Aleixo Martins, e também com o ministério da infra-estrutura da situação desses trabalhadores, visto que segundo o mesmo os trabalhadores “não podem” ficar lesados. Disseram que iriam resolver, mas “nunca disseram nada”.

Victor Neves, no entanto, disse que enquanto subempreiteira é responsável para pagar estes trabalhadores, mas enquanto não receberem o montante em questão não conseguem pagar a esses trabalhadores.

“A Armando Cunha nunca nos pagou, então como é que vamos conseguir pagar esses trabalhadores?”, questionou.

Essa estrada, de apenas dois quilómetros de extensão, está orçada em 119 mil contos, o que significa um custo de cerca de 80 mil contos por quilómetro e deveria ser executada em oito meses.

C/ Inforpress 

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