O presidente da câmara de turismo de Cabo Verde, Jorge Spencer Lima considera um “exagero” o aumento da Taxa Turística no país e defende que isso não contribui para a competitividade turística do destino.
Para Jorge Spencer Lima o aumento da taxa turística em Cabo Verde, de dois para dois euros e meio, um aumento equivalente a 25%, é um “exagero”. Essa preocupação foi deixada pelo empresário e dirigente ao Presidente da República José Maria Neves, aquando da sua visita recente ao Sal.
Citado pela Inforpress, avisa que este aumento irá refletir na perda de competitividade do destino. “Quem vai pagar são os cabo-verdianos”, afirma.
Não foram auscultados
Spencer Lima condenou o facto de ninguém do sector turístico ter sido ouvido e/ou perguntado relativamente à adopção dessa medida, enfatizando que os problemas do sector não se resolvem “aumentando os custos”, reiterando, mais uma vez que, “aumentando os custos, estão-nos a tirar a competitividade ao destino”.
Afirmou ainda que é necessário ter a consciência de que se vende o destino e os pacotes com praticamente um ano de antecedência, e ao se aumentar os custos em cima da hora, alguém vai pagar a factura.
“A agência que vendeu o pacote, não quer saber. Está vendido, está vendido. Não é seu problema se a taxa turística aumentou”, explicou. Assim, prossegue, “fica difícil trabalhar”, tendo defendido o diálogo e concertação em vez de se tomar medidas “sem ouvir ninguém”.
O dirigente lembrou que o turismo é um sector de extrema importância para o país e que contribui com 25% do PIB- Produto Interno Bruto, mas sublinhou que urge parar o pensamento de que o turismo é a “galinha de ovos de ouro, que só põe ovos, mas não se lhe dá de comer…”.
Nenhuma parte da receita da taxa turística é investido diretamente no setor do turismo
Outro problema apontado por Jorge Spencer Lima é o facto de que nenhuma parte do dinheiro da taxa turística arrecadada com a presença dos turistas em Cabo Verde ser investido directamente no sector do turismo.
“Quando dizemos investir no setor do turismo, estamos a dizer que uma parte dessas receitas deve voltar para o setor diretamente e não indiretamente, para criar condições de trabalho, prestação de serviços, mais qualidade, qualificação profissional (…), tudo isso tem de ser feito”, defendeu Spencer Lima.
C/ Inforpress
