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Economia

Cabo Verde cai duas posições no Índice Ibrahim de Governação Africana 2022

Cabo Verde continua com a tendência de queda no Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG), segundo estudo divulgado esta quarta-feira, 25, referente a 2021. Mesmo assim, ocupa a quarta posição no continente e o único país lusófono entre os primeiros cinco classificados.

O relatório da Fundação Mo Ibrahim, que analisa o desempenho dos governos dos 54 países africanos nos domínios da boa governação, segurança e Estado de direito, participação, direitos humanos e inclusão e desenvolvimento humano, indica que a boa governança no continente estagnou desde 2019, embora, em termos gerais, houve uma melhoria marginal na última década (2012-2021).

Cabo Verde teve uma queda na sua avaliação, ficando este ano em quarto lugar, depois de ter ocupado a segunda posição em 2020.

O IIAG aponta que o país teve um declínio acentuado nos últimos cinco anos nas categorias de “Bases para as oportunidades económicas” e “Participação, direitos e inclusão”, enquanto nas categorias de “Desenvolvimento humano” e “Segurança e Estado de direito” a deterioração, embora menos preocupante, é menor.

Único lusófono nos 5 primeiros lugares

Mesmo assim, continua a ser o único lusófono entres os cinco primeiros do índice.

A nível do continente, o estudo, citado pela VOA, aponta que “melhorias no desenvolvimento humano e os fundamentos económicos são prejudicados por uma situação de segurança cada vez mais perigosa e um retrocesso da democracia, enquanto o continente luta para gerir os impactos combinados da pandemia da Covid-19 e da crise climática”.

O impacto da pandemia, refere a fundação, acelerou a deterioração da segurança dos países e do Estado de Direito e expôs as fragilidades dos sistemas de saúde e da educação em África.

O IIAG aponta o emprego, infraestruturas de transporte e energia como principais desafios dos governos.

Angola melhora e Guiné-Bissau piora

Entre os países de língua portuguesa, Angola subiu três lugares em relação a 2020 e ocupa agora a 40ª posição, com “sinais de progresso crescente”.

O país continua a crescer nas categorias “Segurança e Estado de direito”, “Participação, direitos e inclusão”, “Bases para as oportunidades económicas” e “Desenvolvimento humano”, mas ainda não dá sinais de melhorias na boa governança, conforme indica o relatório.

Já a Guiné-Bissau apresenta, segundo a mesma fonte, uma trajectória negativa preocupante, ao perder três posições e ficar no 44º lugar. NO seu grupo está também o Burkina Faso, Essuatíni, a Guiné-Conacri, Libéria, Madagáscar, Namíbia e Ruanda, que “inverteram a tendência para uma trajectória negativa ou pararam completamente o progresso”.

Também Moçambique continua estagnado a meio da tabela, na 26ª. posição, a mesma pontuação de 2020.

Por sua vez São Tomé e Príncipe, que ocupava a 12ª posição, subiu um lugar, embora a tendência de progresso esteja em “desaceleração”, nomeadamente na categoria “Desenvolvimento Humano”.

O arquipélago teve melhorias significativas nas categorias de “Participação, direitos e inclusão”, mas desceu em “Bases para as oportunidades económicas” e “Segurança e Estado de direito”.

Sobre o relatório

O IIAG mede anualmente a qualidade da governação nos 54 países africanos através da compilação de dados estatísticos do ano anterior.

Nos primeiros cinco lugares da classificação geral estão as Ilhas Maurícias, Seicheles, Tunísia, Cabo Verde e Botsuana.

Na cauda do índice, encontram-se República Centro Africana, Guiné-Equatorial, Eritreia, Somália e Sudão do Sul.

C/Voa

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