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Ambiente

Guterres despede-se de Cabo Verde com apelo de “super-ação” de proteção dos oceanos 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres apelou, no final de sua visita a Cabo Verde, por uma “super-ação” a favor dos oceanos. Segundo diz, estados insulares como Cabo Verde têm sido os mais afetados e pede mais ação dos países desenvolvidos no combate à poluição.

Guterres marcou o final da sua presença em Cabo Verde, nesta segunda-feira, 23, ressaltando a posição dianteira do país no combate às mudanças climáticas em várias frentes.

Esse responsável alertou que se vem travando “uma guerra sem sentido e autodestrutiva contra a natureza”. Nessa realidade, citou a fragilidade de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, como Cabo Verde.

Guterres aponta que  para combater a emergência oceânica, é preciso manter a indústria marítima, uma das maiores do mundo, de forma sustentável. Os países em desenvolvimento, como diz, enfrentam os primeiros e piores impactos da degradação do clima e oceanos.

Guterres pede mais ação

O secretário-geral das Nações Unidas pede mais ação para vencer a corrida contra as mudanças climáticas, que a humanidade está perdendo atualmente.

Para isso, recomenda se reduzir as emissões de gases de efeito estufa para garantir o futuro do planeta, que está prestes a superar o limite de 1,5 grau exigido por um futuro habitável.

No fim da visita, o secretário-geral se reuniu com o presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

“A minha profunda gratidão pela extraordinária hospitalidade do governo e do povo de Cabo Verde que tornaram possível esta etapa da Ocean Race. E também sobretudo, agradecer-lhe o seu compromisso e o compromisso do seu país, de Cabo Verde, quer com a conservação e a valorização sustentável dos oceanos, quer com a ação climática, com relevo particular para a sua liderança no conjunto dos Pequenos Estados Insulares, quer pela proteção da biodiversidade”, disse.

“Corrida está longe de terminar”

Guterres destacou a meta de se proteger o oceano e enfatizou os benefícios de se conservar o ar, os alimentos, as culturas e identidades definindo a humanidade, os empregos e a prosperidade, a regulação do tempo e clima, e o lar de bilhões de animais, plantas e microrganismos.

O discurso distingue o papel do oceano como fonte de vida e de meios de subsistência, mas ressalta que este está com problemas numa “corrida está longe de terminar”.

Guterres apontou que 2023 deve se tornar um ano de “super-ação” . O alvo seria  acabar com a emergência oceânica de uma vez por todas.

Necessidade de financiamento 

Ele lembrou que existem instrumentos legais e políticos relacionados ao oceano que devem ser mais bem implementados, como a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar e, ainda por concluir, o acordo sobre a diversidade biológica marinha de áreas fora da jurisdição nacional, cobrindo mais de dois terços dos mares.

António Guterres ressaltou ainda a necessidade de financiamento concessional e alívio da dívida para nações em vias de desenvolvimento.

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