Ângela Cabral Mendes é uma jovem natural da cidade da Praia que se sente “especial” por estar pessoalmente “associada”, por força do destino, ao 20 de Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, também data do seu aniversário. A mesma nasceu a 20 de Janeiro de 1991.
Sendo assim, Belita sente-se uma “heroína” no que faz, sendo uma “camerawoman”, uma área profissional dominada por homens.
Formada em jornalismo, Belita é uma das pioneiras na área de repórter de imagem em Cabo Verde.
Hoje, recorda o dia em que entrou no mercado de trabalho, sem saber ao certo o que a esperava.
RTC/Santiago Norte
“Na altura, éramos duas jovens nesta área. Por ser um sector muito procurado pelos homens, não foi fácil triunfar, mas a minha persistência, coragem e força de vontade, fizeram com que eu conseguisse conquistar o meu espaço”, completa a jovem, “camerawoman” da Delegação da RTC, em Santiago Norte.
Belita, que actualmente trabalha na RTC, mais como jornalista do que “camerawoman”, diz que é a única jornalista da casa que acumula funções. Além de repórter de imagem, faz ainda, rádio e televisão.
“Sinto-me realizada por ter chegado até aqui. Mas a luta continua”, conta.
A jovem, que também tem Cabral como apelido, diz que cresceu a ouvir histórias sobre Amílcar Cabral que a ajudaram a entender a importância dessa data para a história da Nação Cabo-verdiana. Hoje, com mais conhecimentos da vida, confessa não ter palavras para definir esse herói e o seu lugar na história de Cabo Verde.
Data de todos
Ângela Mendes Cabral diz que gostaria que o 20 de Janeiro fosse celebrado fora dos “parâmetros” partidários, uma vez que sendo um marco histórico a data é de todo o povo cabo-verdiano e de ninguém em particular.
“Fico triste quando vejo os partidos políticos a discutirem datas como esta, esquecendo-se que somos um só povo e partilhamos a mesma História. Não importa que partido fez o quê, o que importa é o resultado que cada um conseguiu para o bem colectivo, mas também para a união entre os cabo-verdianos”, lembra.
“Foi por desejar uma vida melhor para o seu povo, em Cabo Verde e na Guiné, que Amílcar Cabral acabou por morrer. Para mim, isso é suficiente para ele merecer o respeito e a consideração de todos nós, independentemente do partido de cada um”, conclui.