Os motoristas cabo-verdianos contratados para trabalharem nos transportes públicos, em Portugal, dizem-se satisfeitos com a escolha que fizeram, em deixar as ilhas à procura de uma vida melhor na Europa. Aliás, o desejo, no momento, é de levar também os familiares que deixaram para trás.
“Cá a vida é melhor, está tudo a correr às mil maravilhas. A empresa dá-nos alojamento e muitas outras coisas”, disse em entrevista ao Diário do Distrito, de Setúbal, César Silva um dos motoristas contratados pela Alsa Todi, empresa de transportes urbanos e interurbanos na área metropolitana de Lisboa no concelho da Moita.
César Silva, que trabalhava há 18 anos na empresa Cabo-Verdiana Transcor, em São Vicente, foi um dos que contou, nesta reportagem, a nova experiência que vivencia na Europa.
Desejo de levar a família
Por sua vez, Délis Rosário, profissional que também trocou Cabo Verde por Portugal, à procura de melhores condições de vida, explicou que a única dificuldade que sente é a “adaptação ao frio de Portugal”.
Segundo diz, todo o processo de contratação e mudança “correu bastante bem e sempre com a colaboração da empresa e dos formadores da Alsa Todi”.
Os motoristas abordados pela equipa do Diário do Distrito partilham um desejo comum, “trazer a família para Portugal” e garantem estar a “gostar imenso da cultura” portuguesa.
Cobrir escassez de motoristas de transportes públicos na Europa
Recorde-se que estes profissionais do sector da mobilidade foram contratados em Cabo Verde depois de um processo de recrutamento.
Segundo indicou Juan Gómez Piña, diretor geral da Alsa Todi, existe “uma escassez de motoristas de transportes públicos por toda a Europa”, o que, perante a demanda em cumprir o serviço da marca Carris Metropolitana, acabou por obrigar a empresa a procurar trabalhadores fora de Portugal, tendo escolhido Cabo Verde, como um dos principais países de recrutamento.
74 dos 130 contratados já estão na estrada
Para a contratação destes trabalhadores foi feita uma seleção presencial, através de testes, onde 130 foram escolhidos.
Destes cabo-verdianos, maioritariamente da cidade da Praia e de São Vicente, 74 já se encontram em Portugal, estando 8 deles num hotel na Moita e os restantes 42 distribuídos por três hotéis em Setúbal.
“Cuidado e bem-estar” por contratante
A empresa garante que durante o período de espera da emissão dos vistos, por parte do consulado de Cabo Verde, pagou o ordenado a estes motoristas.
Isto, mesmo não estando em Portugal, nem a cumprir as funções para as quais foram contratados, revelando assim o “grau de cuidado” com o bem estar e a proteção destes trabalhadores.
C/Diário do Distrito