Górdon Ricardo dos Reis, “Ritxas”, 22 anos, como todos os jovens, na sua condição ou não, sonha ser grande um dia. Amante do movimento rastafari, encontrou nesse mundo o seu sustento. “Dreadmaker” (fazedor de tranças rastas) há dois anos, conta-nos um pouco do seu trabalho, da sua vida e das dificuldades que tem encontrado na implementação do seu negócio.
De família humilde, filho do falecido músico Secre, d’ Os Apolos, Ritxas nasceu na cidade da Praia, mas passou a infância na ilha do Maio, juntamente com os avós maternos.
Mas a adolescência foi passada no centro de protecção social do ICCA, em Lém-Cachorro, porque, como revela, a mãe “estava sempre a emigrar”.
Foi no Maio que Ritxas descobriu o amor pela arte, criatividade e também pelos “dreadlocks”, que, como explica, começou a aprender há quatro anos e há dois trabalha como “dreadmaker”.
Ritxas revela que as maiores dificuldades que tem encontrado se prendem com as oportunidades e principalmente o acesso ao financiamento para poder alocar melhores recursos e aumentar a qualidade do trabalho e materiais utilizados, bem como aumentar a sua lista de clientes.
Mesmo assim, este jovem sonha conquistar seu espaço próprio e poder assim criar o “salão dreadlocks”, além de uma “rede de criatividade jovem e uma empresa relacionada às artes”.
Ritxas revela ao A NAÇÃO que, por ora, o que ganha depende muito do número de agendamentos, o que torna a sua renda instável. Por não ter ainda um espaço próprio, faz a grande maioria dos seus trabalhos a domicílio.
Górdon Ricardo dos Reis caracteriza-se por ser um “jovem dinâmico, criativo e de muito talento” e diz que apesar das dificuldades pelas quais passou, sente-se grato por aquilo que conseguiu e que não vai desistir dos seus objectivos, do sonho de ter um espaço próprio e criar a sua empresa ligada às artes.
Tiago Ribeiro (estagiário)