Cerca de 93,5% das famílias cabo-verdianas dizem que não conseguem poupar dinheiro perante a actual conjuntura económica do país. Os dados constam do inquérito de conjuntura do terceiro trimestre deste ano, revelado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o documento, entre Julho e Setembro, o indicador de confiança no consumidor manteve a mesma tendência do último trimestre, situando-se ainda abaixo da média da série, realçando a diminuição da confiança das famílias cabo-verdianas.
Conforme a mesma fonte, nota-se ainda, que o referido indicador evoluiu negativamente face ao trimestre homólogo.
Este resultado, esclarece o INE, justifica-se “basicamente” pela apreciação negativa das famílias sobre a sua situação financeira para os próximos 12 meses e a evolução da situação económica do país para os próximos 12 meses, relativamente ao trimestre homólogo.
Preços aumentam mas desemprego diminuiu
Para as famílias inquiridas, nos últimos 12 meses, tanto a situação económica do seu lar, como a situação económica do país evoluíram positivamente relativamente ao trimestre homólogo. Para os inquiridos, os preços aumentaram, enquanto o desemprego diminuiu, relativamente ao período homólogo.
Quanto ao item poupança, a maioria, ou seja, 93,5% dos inquiridos considerou que a actual situação económica do país não permite poupar dinheiro.
No trimestre homólogo, esse percentual foi de 86,2%, o que representa um aumento de 7,3 pontos percentuais (p.p.) entre os dois períodos.
De realçar que apenas 2,1% dos inquiridos afirmaram ser possível poupar algum dinheiro com a atual situação económica do país, sendo que, no trimestre homólogo, era de 12,5%, apresentando um decréscimo de 10,4 p.p.
Futuro
Já para os próximos 12 meses, os inquiridos revelaram que tanto a situação financeira das famílias como a situação económica do país deverá “evoluir negativamente face ao trimestre homólogo”.
Para as famílias inquiridas, tanto o desemprego como os preços dos bens e serviços também deverão evoluir negativamente, face ao trimestre homólogo.
Quando questionados se tencionam comprar um carro nos próximos 2 anos, 94,1% dos inquiridos afirmaram ter a certeza absoluta que não tencionam comprar um carro nos próximos dois anos.
De referir ainda que apenas 0,8% afirmou que, “provavelmente sim”, irá comprar um carro nos próximos dois anos, e 4,9% afirmaram que “provavelmente não” irão comprar um carro nos próximos 2 anos.
Relativamente à intenção de comprar ou construir uma casa também nos próximos 2 anos, 84,1% responderam que não pretendem comprar nem construir uma casa (contra 60,7% registado no período homólogo).
Nota-se que 5,9% dos inquiridos afirmaram, que provavelmente sim, irão construir ou comprar uma casa, contra 19,5% no período homólogo, representando, uma diminuição de 13,6 p.p.