O presidente da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde apontou, esta quinta-feira, a precariedade laboral, condições precárias dos órgãos privados e redações vazias nos órgãos públicos entre os principais desafios que a classe ainda enfrenta, em Cabo Verde, a par de outros condicionalismos à liberdade de imprensa.
Em sua declaração, no âmbito dos 32 anos da criação da AJOC, Geremias Furtado disse que, graças aos jornalistas pioneiros em Cabo Verde e ex-líderes do sindicato, a classe hoje conhece alguns ganhos, mas que ainda persistem desafios que devem ser ultrapassados.
“Não temos situações de violência física contra os jornalistas como acontece em nossos países vizinhos, mas acredito que temos os nossos desafios, dentro da nossa realidade”, sublinhou o jornalista.
Órgãos públicos com redações vazias
Entre esses desafios, “que de uma forma ou outra, acabam por colocar a liberdade de imprensa em causa”, está, segundo disse, a precariedade laboral, ataques nos meios digitais, condições precárias dos órgãos privados e um número insuficiente de jornalistas nos órgãos públicos de comunicação social.
“Gostaria de ressaltar as redações vazias nos órgãos públicos, que contribui para a decadência da qualidade da informação, já que o jornalista está sobrecarregado com três ou mais saídas num dia, condicionando a conclusão do seu trabalho da melhor forma”, referiu.
Geremias Furtado apela, por isso, que o Governo tenha em atenção esse aspecto e promova recrutamentos nos órgãos públicos, que crie condições para que haja integração de novos jornalistas nesses órgãos.
PCCS Inforpress à espera
Entre outras questões, mostrou-se ainda preocupado com a demora na conclusão do processo de PCCS para os profissionais da Inforpress, assim como a situação da direção da TCV, com um diretor demissionário há dois anos.
A AJOC foi fundada em 24 de Novembro de 1990, com a finalidade de promover a liberdade de imprensa e a defesa dos direitos e interesses socioprofissionais da classe jornalística.
