A taxa de abandono escolar por parte de estudantes cabo-verdianos no Instituto Politécnico de Bragança, Portugal, tem aumentado, conforme informa o presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal, Orlando Rodrigues. Dificuldades económicas podem estar na origem.
Apesar desse aumento, o presidente do IPB garantiu à Inforpress que os estudantes cabo-verdianos estão “bem integrados”, tanto na comunidade, como na instituição do ensino.
Entretanto, de acordo com Orlando Rodrigues, há sempre “alguns problemas e dificuldades” que surgem, mas que em termos de sucesso escolar não há diferenças significativas relativamente aos estudantes portugueses, ou seja, “as taxas de sucesso escolar são semelhantes”.
Mas, para o presidente do IPB, uma das justificações que o Instituto pode apontar para o aumento do abandona escolar dos alunos cabo-verdianos, tem a ver mais com “dificuldades económicas”, havendo “mais dificuldades em pagar os estudos” e que, por isso motivo, “acabam por desistir”. Uma situação, garante, que preocupa a todos.
Maioria de cabo-verdianos em Bragança estudam com próprios meios
Segundo esse responsável, os cabo-verdianos pagam a propina de estudante internacional, mas informa que o IPB, juntamente com os municípios de Cabo Verde, tem atribuído uma bolsa com a diferença de propina para estudante nacional, ou seja, os estudantes cabo-verdianos que vêm através dos acordos com as câmaras municipais, acabam por pagar o mesmo que os portugueses.
“Alguns vêm com bolsa das câmaras, outros chegam através da cooperação portuguesa, mas é um número muito reduzido, mas a generalidade vem com os seus próprios meios, sendo que em algumas circunstâncias de dificuldades, temos sempre algum tipo de apoio que damos, porque não deixamos que os nossos alunos fiquem em dificuldades sérias, por isso, às vezes mobilizamos apoios pontuais”, garantiu.
Em relação aos cursos, Orlando Rodrigues explicou que os cabo-verdianos escolhem “um pouco de tudo”, mas que “infelizmente”, para a nação cabo-verdiana, tendem a optar menos pelos cursos de Ciências Agrárias, acabando por optar muito pelas áreas da Educação, do Desporto, da Engenharia, da Gestão e da Saúde, como Ciências Biomédicas e Enfermagem.
“Excelentes Profissionais”
Por outro lado, o presidente do IPB assegurou que os cabo-verdianos “são excelentes profissionais”, dando exemplo do que aconteceu durante a pandemia, em que muitos alunos ajudaram com as análises à covid-19 e depois acabaram por encontrar trabalho.
A comunidade de estudantes cabo-verdianos em Bragança tem mais de mil alunos de todas as ilhas, sendo na sua maioria de Santiago, Sal e São Vicente.
C/ Inforpress