O proprietário da mercearia assaltada Domingo, 13, em Terra Branca, Cidade da Praia, apelou a justiça cabo-verdiana a ter “mão dura” com os meliantes que vêm semeando terror na capital do país, através dos frequentes roubos e assaltos à mão armada. Revoltado, Miguel Pereira lamenta que não é a primeira vez que o seu estabelecimento já foi alvo de assalto.
“Apelo à justiça e espero que paguem por aquilo que estão a fazer com as pessoas, sobretudo na Cidade da Praia”, afirmou Miguel Pereira, citado pela Agência Noticiosa Cabo-verdiana, Inforpress, na sequência do assalto à sua mercearia na zona de Terra Branca na manhã de ontem, Domingo, por um indivíduo de sexo masculino que fez sete reféns, sendo quatro funcionárias e dois clientes.
Miguel Pereira, que se manifestou totalmente revoltado, recordou que a sua mercearia já foi alvo de tentativa de um outro assalto.
“Já tentaram da outra vez e não conseguiram levar nada, mas fizeram danos avultados em relação aos produtos que estão na loja, porque um deles lutou com os reféns e caíram em cima de vários produtos que ficaram estragados ao ser esmagados com o corpo”, recordou.
Funcionárias e clientes atingidos com objectos cortantes
Miguel Pereira confirmou à Inforpress, que algumas pessoas que estavam dentro da loja tiveram ferimentos ligeiros e que, inclusive, alguns foram levados para o hospital para fazerem o tratamento dos cortes.
Segundo a Inforpress, o assaltante, um jovem, aparentemente com 17 a 20 anos de idade, acabou por ser capturado pela Polícia Nacional que, conforme conta Miguel Pereira, teve uma pronta intervenção.
Onda de assaltos na cidade da Praia
Na cidade da Praia são cada vez mais frequentes os assaltos à mão armada com contornos também mais violentos. Por outro lado, testemunhas ouvidas pelo A Nação destacam o facto destes assaltos estarem a acontecer em lugares mais improváveis possíveis, nomeadamente em ruas e outros locais tidos como sendo os mais seguros.
Alem de ruas movimentadas e, inclusive, vigiadas pela Polícia Nacional, virou moda a onda de assaltos em paragens de autocarros de transporte público, mesmo em frente a várias pessoas que se sentem impotentes perante a ousadia e o nível de violência desses assaltos.
Alexandre Moreira, pai de uma menina que esteve como refém no assalto de Domingo à mercearia de Terra Branca, descreveu para a Inforpresss o momento de terror vivido no momento.
“Eu e a minha enteada dirigimos para a loja e deparei com a minha filha no chão, gritando: “me salva pai, me salva”, mas não podia fazer nada no momento porque a porta da mercearia tinha protecção com grades e estava trancada”, afirmou.
Alexandre Moreira também apela à justiça cabo-verdiana para que trabalhe o sector da justiça do país, sobretudo a parte da segurança, porquanto “a insegurança provocada pelos assaltos está a causar muitos danos à população cabo-verdiana principalmente da Cidade da Praia”.
C/Inforpresss