Cabo Verde deverá contar com a sua moeda digital (escudo digital) já em 2023, conforme previsão do Banco de Cabo Verde (BCV). A instituição aguarda a revisão da lei orgânica para alargar a sua competência para esse segmento.
A informação foi avançada hoje pela administradora do BCV, Antónia Lopes, na sequência da realização, na cidade da Praia, do IX Encontro de Sistema de Pagamentos dos Bancos Centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que tem como tema “Desafios da transformação digital no sector de Pagamentos”.
A moeda digital, segundo disse, está no plano estratégico do Banco Central de 2021/24, estando, neste momento, em curso estudos para analisar os impactos em termos de política monetária, as vantagens e os riscos que também traz para o sector financeiro, para a estabilidade do sistema financeiro, os tipos de moeda e o limite para o anonimato.
“Uma das características da moeda física é o anonimato. Com a moeda digital haverá algum rastreamento e, sobretudo, os riscos associados à inovação digital. Temos que analisar tudo isto e estamos em estudos. A nova lei orgânica irá permitir ao Banco de Cabo Verde a emissão desse tipo de moeda e esperemos que, com a sua aprovação, estaremos em condições de emitir”, explicou.
Atenção aos riscos
Antónia Lopes frisou que as moedas digitais dos bancos centrais, bem como outras inovações digitais do sistema de pagamentos, como o pagamento instantâneo, são iniciativas inovadoras a nível dos sistemas de pagamentos que permitem diversas vantagens. Ainda assim, alerta para os riscos.
“Os desafios que impõe para o regulador é o de adequação da regulação para permitir a entrada, não só de novos players, mas também para acautelar os riscos, sobretudo, riscos cibernéticos”, alertou.
Lavagem de capitais
A questão da lavagem de capitais e do combate ao financiamento do terrorismo é outro aspecto que merece atenção, realça a administradora do BCV.
C/ Inforpress