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Política

Egipto: PR apela à transformação das dívidas dos países SIDS em investimentos climáticos

O Presidente da República apelou esta terça-feira, 8, no Egipto, que a comunidade internacional considere transformar a dívida externa dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) em investimento climático na Educação, Saúde e no combate às desigualdades. José Maria Neves discursava, há pouco, na Cimeira de Líderes Mundiais sobre Mudanças Climáticas, a decorrer na cidade de Sharm el-Sheik, entre 07 e 08 de novembro.

O combate e mitigação das mudanças climáticas, considerou o Chefe de Estado, depende fortemente da solidariedade entre os países e da conjugação de esforços na busca de soluções práticas e efetivas, globais.

No seu discurso, na Cimeira de Líderes Mundiais, José Maria Neves lembrou que Cabo Verde é um dos países mais vulneráveis de África e do Mundo, mas que, por outro lado, pouco ou nada contribui para o aquecimento global.

Entretanto, analisou, devido às suas vulnerabilidades, muito tem sofrido com as consequências deste fenómeno, que chega a pôr em risco anos de progressos rumo ao desenvolvimento sustentável do país.

“Infelizmente, são cada vez mais frequentes e longas as secas que assolam o arquipélago, registando-se, também, um agravamento da intrusão salina e deterioração das águas subterrâneas, degradação dos solos e perda da biodiversidade, entre outros”, apontou.

Ainda, acrescentou, a Covid-19 e a crise energética, associadas às alterações climáticas, agravaram de “sobremaneira” os constrangimentos e as vulnerabilidades estruturais do país, entre os quais a dívida pública e a degradação de indicadores sociais.

Acesso a financiamentos globais

 Neste sentido, lançou um apelo à Comunidade Internacional, tendo em vista transformar a dívida dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento em investimento climáticos na Educação, Saúde e no combate à pobreza e às desigualdades.

“Para os países SIDS, como Cabo Verde, é vital que possam ter acesso aos financiamentos globais. Para a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), por exemplo, Cabo Verde precisa mobilizar cerca de 2 bilhões de euros nos próximos dez anos”, exemplificou.

Aceder a fundos 

Para uma governação climática efetiva, fez saber o Chefe de Estado, o país está a contar com o apoio dos principais parceiros de desenvolvimento e espera poder aceder mais facilmente aos fundos estabelecidos para o efeito.

Para José Maria Neves, Cabo Verde não tem poupado esforços no sentido de minimizar os impactos das mudanças climáticas por meio de ações planeadas e concertadas.

Destaca-se, entre outras ações, a medida que visa a redução das emissões de GEE em até 35% até 2030, implicando maior penetração de energias renováveis e circulação de baixo carbono mediante a introdução de incentivos para veículos elétricos, principalmente no setor dos transportes públicos.

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