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Santiago

Faleceu Rosalina Barreto, uma das figuras mais carismáticas da Cidade Velha

Faleceu esta manhã na Cidade Velha (Santiago) Rosalina Barreto, uma das figuras mais carismáticas do Sítio Património Mundial da Humanidade. Rosalina ficará para a história, certamente, como um verdadeiro “património” da cultura nacional, enquanto pessoa que sempre defendeu e lutou pela preservação do legado histórico da Cidade Velha.

Segundo apurou o A NAÇÃO, Rosalina faleceu de causas naturais na Cidade Velha esta manhã e o corpo será dado à terra na Cidade Velha, amanhã, pelas 9h.

Rosalina era, sem dúvida, uma das figuras mais carismáticas da Cidade Velha e uma “relíquia” da tradição oral do Sítio Património da Humanidade. 

Também ela, ficará, certamente, para a história como um verdadeiro “património” da cultura nacional, enquanto pessoa que sempre defendeu e lutou pela preservação do legado histórico da Cidade Velha.

Fiel depositária das chaves da igreja

Pessoa alegre, de bom trato, simpática e educada, quem frequentava a Rua Banana, em tempos, facilmente se cruzava com Rosalina, antes da velhice da idade chegar. 

Como chegou a contar ao A NAÇÃO em várias entrevistas, Rosalina foi, durante muitos anos, a fiel guardiã das chaves da igreja de Nossa Senhora do Rosário tendo perdido a conta às vezes que abriu as portas da Igreja para que os turistas pudessem “apreciar a beleza deste património”. 

“Dona Rosalina” era a pessoa certa para contar as histórias da Cidade Velha, numa ponte entre o passado e o presente.

O legado de “Dona Linda”

Nas redes sociais já se fazem sentir notas de pesar pelo passamento de Rosalina. O fotógrafo Tó Gomes, que reside na Cidade Velha, foi um deles e destacou a importância do seu legado.  “Em sua memória esta sua frase ” O património somos Nós! “, para que não nos esqueçamos nunca”, escreveu.

Também a Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago (CMRGS), através do seu Presidente, Nelson Vaz Moreira, já manifestou o seu “mais profundo pesar e sentimento” pelo passamento desta “antiga funcionária”.

“A malograda foi uma incondicional amante da Cidade Velha e conhecedora da sua história, como ninguém, e preservadora dessa mesma história, através da oralidade e da sua vivência nesta que é Cidade Património da Humanidade, desde 2009”.

Também o Instituto do Património Cultural (IPC) mostrou a sua consternação pelo falecimento de “Dona Linda”, como era conhecida também e lembrou que ela foi colaboradora do Ministério da Cultura, através do antigo INAC desde década de 80.

Altura em que “acompanhou as primeiras intervenções de reabilitação e prospeções arqueológicas nomeadamente durante os trabalhos levados a cabo pelo arqueólogo português Clementino Amaro e pelo arq. Ciza Vieira”.

O IPC lembra ainda que Dona Linda foi uma “importante portadora da memória do sítio e uma das grandes defensoras da classificação da Cidade Velha como património mundial”, além de ser uma das figuras “incontornáveis” do sítio histórico.

Apesar de se ter aposentado em 1995, continuou o seu legado, tendo participado, de forma activa, segundo o IPC, na disseminação dos conhecimentos por várias gerações.

Conhecimentos esses que ficarão agora para a história como legado que a própria Rosalina deixou para ser preservado.

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