No âmbito das comemorações do Outubro Rosa – mês dedicado à causa da luta contra o cancro da mama, a médica-cirurgiã oncológica Emília Vieira esteve em São Vicente, a convite da Liga Cabo-verdiana Contra o Cancro, ocasião aproveitada para a apresentar o seu livro intitulado “O que faço? Tenho cancro da mama”.
Emília Vieira, que é também presidente da Associação portuguesa Amigas do Peito, foi homenageada pelo apoio prestado, em Portugal, a muitas mulheres cabo-verdianas evacuadas com diagnóstico de cancro da mama.
No seu livro, diz, foi inspirada pelas histórias de vida de mulheres batalhadoras, portuguesas e africanas, sendo Cabo Verde um dos países lusófonos que mais envia pacientes, ao lado da Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
O objectivo da obra foi tentar dar respostas às muitas perguntas e inquietações com que se vê confrontada, a maioria por mulheres, mas também por parte de homens que também foram acometidos pela doença.
Acreditar na cura
“É sempre um choque ouvir dizer que se tem um cancro”, sublinha a médica-cirurgiã, que, por outro lado, instiga as pacientes a acreditarem na cura.
Entretanto, uma resposta imediata e adequada ainda é um obstáculo a ultrapassar nos PALOP, reconhece, indicando que chegam a Portugal muitos pacientes em fase avançada da doença, por vezes por um diagnóstico tardio e, outras vezes, por estarem à espera de um visto.
Pede, por isso, às entidades competentes, uma maior celeridade na concessão dos vistos de entrada em Portugal.
“Ter cancro de mama não é o fim da vida”, garante, apesar de mudar todas as prioridades da vida.