A Nigéria iniciou, na segunda-feira, a sua jornada para acabar com a fome e alcançar a segurança alimentar, em menos de uma década, através do lançamento das Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial (SAPZ). O programa foi iniciado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Trata-se de um investimento de 520 milhões de dólares, liderado pelo BAD e outros parceiros.
Segundo o Presidente do BAD, Akinwumi Adesina, as Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial são novas zonas económicas, localizadas em zonas rurais, a serem totalmente apoiadas por infraestruturas, desde energia, água, estradas, infraestrutura digital e logística.
Vão permitir às empresas do sector alimentar e agro-industrial localizarem-se dentro dessas zonas, colocando-as perto dos agricultores nas zonas de captação da produção, para além de proporcionar oportunidades de mercado aos agricultores, apoiar a transformação e a adição de valor, reduzir as perdas alimentares e permitir o surgimento de cadeias de valor alimentar e agrícola altamente competitivas.
A cerimónia de lançamento do programa, em Abuja, marcou o pontapé de saída na implementação da primeira fase do programa SAPZ em oito estados de todo o país.
O Banco Africano de Desenvolvimento está a fornecer financiamento de 210 milhões de dólares, enquanto o Banco Islâmico de Desenvolvimento e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) fornecem, conjuntamente, 310 milhões de dólares.
O governo nigeriano, por sua vez, contribui com 18,05 milhões de dólares.
Erradicar a fome em menos de uma década
“Se o programa Zonas Especiais de Processamento Agro-industrial cumprir os seus objetivos, e não temos dúvidas de que o fará, então em menos de uma década daremos um golpe fatal na insegurança alimentar, criaremos milhões de bons empregos e oportunidades agro-industriais remunerados e melhoraremos radicalmente as receitas de exportação da agricultura”, disse o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari.
Para ajudar África a evitar uma crise alimentar da guerra Rússia-Ucrânia, o Banco Africano de Desenvolvimento lançou um Mecanismo Africano de Produção Alimentar de Emergência, no valor de 1,5 mil milhões de dólares, para apoiar 20 milhões de agricultores a aceder a tecnologias agrícolas resistentes ao clima e a produzir 38 milhões de toneladas métricas de alimentos avaliadas em 12 mil milhões de dólares.