Manuel Maria Pires, popularmente conhecido por “Manel di Beba”, antigo futebolista e árbitro internacional cabo-verdiano e quadro reformado da Agência Cabo-verdiana de Notícias (Inforpress), faleceu hoje, na cidade da Praia, aos 72 anos de idade, vítima de doença prolongada.
Referenciado como um dos melhores árbitros cabo-verdianos da sua geração, Manuel Pires destacou-se primeiramente como futebolista, enquanto defesa central, tendo militado em clubes de Santiago como Académica da Praia, Sporting Clube da Praia e Clube Desportivo Travadores, entre outros.
Manel di Beba complementou a sua carreira de futebolista como árbitro internacional cabo-verdiano, com a elevação do nível da arbitragem destas ilhas nos mais diversos palcos internacionais da competição promovida, quer pela FIFA, quer pela CAF, bem como nas provas outrora organizadas para a Taça Amílcar Cabral, envolvendo países da Zona II do Conselho Superior dos Desportos em África.
Teve ainda um papel relevante na formação de muitos árbitros que acabaram por ter um papel fundamental na arbitragem cabo-verdiana.
Dotes no ténis de mesa, andebol, basquetebol, voleibol e atletismo
Para além de futebol, Manel di Beba revelou os seus dotes em outras modalidades, designadamente o ténis de mesa, como um “exímio praticante”, a ponto de ter sido considerado o melhor de Cabo Verde da sua geração.
Di Beba, como também era carinhosamente tratado, deixou ainda seu nome ligado a modalidades como andebol, basquetebol, voleibol e atletismo e esteve na constituição da Federação Cabo-verdiana de Andebol, Basquetebol e Voleibol, organismo do qual integrou a primeira equipa directiva, na altura presidida por Nildo Brazão.
Contributo para a criação do Comité Olímpico Cabo-verdiano
Tendo sido jogador e membro da Comissão Instaladora da Federação de Andebol, Basquetebol e Voleibol (FCABC), Manel de Beba também deu a sua contribuição para a criação do Comité Olímpico Cabo-verdiano (COC).
Assim, na condição de um dos dois vice-presidentes da primeira direcção da FCABC, presidida por Nildo Brazão, Bi Beba pôde acompanhar de perto todo o processo de criação e montagem do COC.
“Primeiro, foi um longo caminho até chegarmos à Federação. Só depois dessas peripécias é que veio o COC, conta Di Beba em depoimento dado ao livro “Movimento Olímpico Cabo-verdiano – 30 anos de história” editado pelo COC em 2018.
Técnico-gráfico nos jornais Voz di Povo, Novo Jornal, Horizonte e Inforpress
A nível profissional, Manuel Pires está ligado à história da imprensa cabo-verdiana, já que trabalhou como técnico, primeiramente como maquetista na Imprensa Nacional de Cabo Verde e, posteriormente, como compositor, técnico-gráfico em jornais como Voz di Povo, surgido após a independência em 1975, Novo Jornal, Jornal Horizonte, para reformar-se enquanto quadro da Inforpress, agência na qual trabalhou como técnico-gráfico/compositor.
O funeral de Manuel Maria Pires, de acordo com os familiares, realiza-se esta segunda-feira, às 16:00 no Cemitério da Várzea da Companhia
C/Inforpress