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Educação

Vox-pop: O que espera do Novo Ano Lectivo?

Foto de Pixabay: https://www.pexels.com

Arrancou hoje o novo ano lectivo 2022/23 com mais de 113 mil crianças entre o EBO e o Secundário. As expectativas são grandes com o regresso à normalidade que se vivia antes da pandemia. O A NAÇÃO saiu às ruas para ouvir a opinião das pessoas sobre este novo ano lectivo. Novas expectativas e novos desejos, de um bom ano, entre pais e encarregados de educação, mas também entre alunos.  

 

Cláudia Lopes – Estudante universitária, Praia
– Com a chegada deste ano lectivo 2022/2023, são novas expectativas, novos os desejos, de que tudo irá correr bem. Este será meu último ano de licenciatura, portanto, o ano em que irei aperfeiçoar os meus planos, pensar e fazer um projecto novo e inovador, que me irá ajudar na minha vida tanto académica, quanto pessoal e económica. O foco agora é melhorar e sair com melhores notas, com fé que vai ser um ano melhor do que o transato.

 

Socorro Andrade Cruz  – Motorista, residente em Tinteira, em Santa Catarina do Fogo
– Que decorra na normalidade e que seja melhor do que o ano lectivo anterior, com algumas dificuldades, em termos de materiais escolares e do próprio trabalho para os pais e/ou encarregados de Educação.

Esperamos melhorias, e que seja positivo, tanto no que toca ao comportamento dos alunos nas escolas, como no que toca a uma maior presença dos pais e/ou encarregados de educação no acompanhamento dos seus filhos/educandos. 

Eu, sempre acompanhei os meus filhos nas suas lides escolares. Quando não posso, a mãe deles faz o mesmo. Neste momento, as pessoas estão empenhadas na preparação.

Pessoalmente, comecei a juntar algum dinheiro, para a aquisição dos materiais, para que os meus filhos possam comprar aquilo que necessitam.

Sabemos que são necessários vários materiais escolares, principalmente, no ensino secundário.

Como tenho dois filhos neste nível de ensino, se não houver apoio, será sempre bem-vindo. Os transportes escolares são tripartidos: os pais entram com uma pequena parte, com a restante a ser assumida pela Câmara Municipal e pela FICASE (Fundação Cabo-Verdiana de Acção Social Escolar).

Por enquanto, não vejo nada de fundo que necessite de alteração/mudança.Torço e espero que tudo decorra de forma positiva.

 

Francisca Alves Antunes – Mãe e encarregada de Educação – Ribeira do Ilhéu, Zona Norte dos Mosteiros, Fogo 

-Um bom resultado e que o meu filho conclua, com êxito, o 12º ano de escolaridade, no Liceu de Igreja (Mosteiros).

Espero, também, que ele seja um excelente aluno, amável e amado por todos os professores e amigos. Que tenha bons professores, e, principalmente, verdadeiros colegas, que não o desviem para maus caminhos.

Sou uma mulher humilde, com dificuldades em dar todos os materiais escolares e custear o transporte, diariamente. Por isso, havendo alguma ajuda (como, aliás, já ouvi!), seria muito boa e bem-vinda.

Depois de concluir o Liceu, farei de tudo para que ele venha a ser contemplado com uma bolsa de estudos, de modo a  obter uma Formação Superior, pois, não tenho condições de ajudá-lo, para além do Ensino Secundário.

Se não houver apoio da Câmara Municipal nos transportes escolares, teremos de nos esforçar para ajudar os nossos filhos. Estou a preparar a aquisição de alguns materiais básicos, para ajudá-lo a começar, da melhor maneira possível. Espero, ainda, que o ano lectivo 2022/23 seja muito positivo…para todos.

 

Tânia Rodrigues – Professora, Santo Antão
– Para este novo ano lectivo espero, sobretudo, mais comprometimento com a classe docente, no sentido de se assumir certas responsabilidades e pendências, há muito aguardadas. Espero um sistema de ensino mais motivador para a classe, mas, também, menos facilitador, o que nos leva a ter alunos cada vez mais desatentos e desinteressados.

 

Nilca de Jesus – Assistente Administrativo, Vila Vitória, Praia
– Para este novo ano lectivo que se aproxima, como encarregada de educação de duas crianças menores, espero que as nossas crianças tenham as condições necessárias para os estudos, principalmente no que diz respeito aos materiais escolares que normalmente não estão disponíveis no mercado nacional a tempo oportuno.

Nos últimos anos vimos como o engajamento dos pais e encarregados de educação, juntamente com os professores, são uma mais valia para o crescimento e desenvolvimento dos alunos, por isso vou continuar a fazer a minha parte em casa com as minhas duas filhas para terem um bom resultado no final.

Sou consciente de que os últimos dois anos foram muito exigentes e desafiadores por causa da pandemia que trouxe vários factores como obstáculos, mas soubemos ultrapassar, agora é momento de reorganizar o ensino a nível nacional.

Pois, ter crianças até o quarto ano de escolaridade com a impossibilidade de reprovação não é uma medida eficaz, no meu ponto de vista, porque traz facilidades para uma criança que está em fase de aprendizagem. Por isso eu exijo das minhas filhas para que não haja esta certa facilidade e comodismo em relação aos estudos.

 

Hermínio Costa MorenoDocente e Engenheiro Informático, Fazenda

– Educar para formar pessoas não é fácil, é uma tarefa que exige muito conhecimento técnico e acima de tudo habilidades para saber transmitir, então é preciso buscar um meio onde se possa estimular o estudante a procurar informações para enriquecer o seu conhecimento. E todos nós queremos uma educação de qualidade para os nossos filhos, mas isso envolve muitos aspectos que visam ter uma cultura de aprendizagem de modo a formar alunos para crescer na vida pessoal e profissional.

Por isso, espero que este novo ano lectivo tenhamos a paciência para transmitir e que os estudante estejam motivados para aprender, sem esquecer do papel dos pais e dos encarregados de educação nesta árdua tarefa.

Em meio a muitas incertezas, conseguimos concluir o ano lectivo passado com o compromisso de fazer melhor nesta nova fase. Nesta senda, penso que é necessário disponibilizar cursos e formações também aos professores, de modo a aumentar o domínio das novas tecnologias, dos recursos que estimulam a aprendizagem e até a forma de se relacionar com seus estudantes.

 

Verónica Barbosa – Professora e secretária do Conselho Directivo do Agrupamento IV,  São Filipe, Fogo

– Espero uma Revolução! Digo isso porque, ao ler os Novos Diplomas sobre o Ensino Básico e Secundário, sinto que há uma urgência em mudar o cenário educativo nacional. 

Há todo um Discurso que aponta para o futuro e para a formação de um cidadão do Mundo, mas precisamos reflectir, se há vontade de todas as partes, para que essa nova política Pública Educativa, que foi desenhada, saia do papel e seja bem implementada nesse novo momento social em que vivemos. 

Se queremos que a Educação seja a nossa bússola de desenvolvimento social, temos de começar a rever a nossa conduta, que é lá onde está a base da sociedade, ou seja, a Família, sem deixar de dar a devida atenção aos outros intervenientes do Sistema Educativo. 

Para o próximo ano lectivo, devem ser mantidas as boas-práticas de engajamento da comunidade educativa, assim como as actividades onde os alunos se sentirem protagonistas.

Devemos, também, continuar com as boas relações entre direcção-professor, professor-aluno, aluno-aluno, escola-pais, entre outras.

Isto para que a escola e a Educação, no seu todo, seja um espaço de entre-ajuda e exercício da cidadania.

Além de professora de Língua Portuguesa e Literatura, e secretária do Conselho Directivo do Agrupamento, tenho como foco as Áreas da Juventude e Desenvolvimento de Competências, a partir da leitura e da escrita. 

Aliás, temos um projecto, para os alunos dos últimos anos de escolaridade, chamado “Funco do Conhecimento”, que une tecnologia às actividades Sociais.  

O projecto esteve parado, durante a pandemia da covid-19, mas tenho analisado a sua retoma para o ano lectivo 2022/23. 

 

Jandira Andrade  – Monitora de Jardim Infantil, São Pedro, Praia

– Tenho a esperança de um ano lectivo mais produtivo do que o anterior, porque passamos por vários desafios ultimamente. Tudo tem estado mais custoso e os pais têm perdido o poder de compra, isso afeta diretamente as nossas crianças que têm de ter um conjunto de condições para frequentar os jardins e as escolas.

Então, que seja uma época escolar proveitosa para os que iniciam o ensino básico e tiram o maior proveito de cada aprendizagem.

Desde o começo da pandemia, temos tido anos desafiadores, mas com força de vontade e garra ultrapassamos tudo e nos adaptamos à nova realidade mesmo na forma de educar.

Nós já estamos a preparar a retomada de mais crianças neste novo ano lectivo, até ao momento tudo está a correr normalmente e já temos pais ansiosos para este início.

 

Filomena Gonçalves –  Professora, Ponta d’Água, Praia

– Já sei que este novo ano lectivo será de grandes desafios pela positiva e pelo bom trabalho para a nossa comunidade educativa, considerando que já passamos três anos a trabalhar com certas dificuldades por causa da pandemia.

Começando pelo Ministério da Educação, até aos contínuos das nossas escolas, deve-mos abraçar a tudo que diz respeito à educação com seriedade e mente aberta dando a conhecer as potencialidades e as fragilidades de cada um. Assim, não teremos um ensino somente com abordagens teóricas mas também aliada a prática quotidiana da nossa realidade.

Já temos experiências dos anos lectivos anteriores, que foram cheios de sobressaltos, por isso agora podemos visualizar os resultados que obtivemos ultimamente e conseguir mudar aquilo que menos deu bons frutos, substituindo-os por medidas mais realistas e efectivas para a aprendizagem dos alunos, como é o caso das avaliações.

 

Célia Marques – Encarregada de educação, Praia

– As minhas expectativas são que a passagem do 4º para o 5º ano, que é o que o meu filho está a fazer, seja da melhor forma. Vamos ver se ele se adapta bem, porque é uma mudança, passa de uma professora a vários professores. A professora já nos alertou que há dificuldades, em todos os miúdos, mas espero que corra tudo bem. De resto, na escola onde o meu filho está, tem sido bem acompanhado, tem tido apoio psicopedagógico, e tem sido positivo.

 

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 784, de 08 de Setembro de 2022

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