O assédio e o abuso sexual envolvendo professores e alunos ainda é um problema nas escolas do país. Só em 2022 houve sete casos de denúncias de assédio/ abuso sexual nos estabelecimentos de ensino, conforme dados avançados pela Inspeção Geral da Educação (IGE).
Dos sete casos notificados em 2022, quatro foram arquivados por falta de provas que pudessem sustentar as acusações, dois foram encaminhados à decisão superior e um punido com pena de demissão.
Em 2021 não houve denúncias de nenhum caso de assédio ou violação, enquanto que em 2020 foram submetidos a procedimentos disciplinares três casos de assédio sexual, sendo que um caso foi punido com pena de demissão e dois foram arquivados por falta de provas, como avança a IGE.
Em 2022 dois casos foram amplamente mediatizados em São Vicente. O primeiro na Escola Secundária Jorge Barbosa em que um professor foi acusado de tentar forçar uma relação sexual com uma aluna de 16 anos dentro de uma sala de aula e outro caso na Escola Secundária José Augusto Pinto, em que um professor foi acusado de um alegado envolvimento com uma aluna de 14 anos.
Em ambos os casos os professores foram afastados das suas funções, mas a Inspeção Geral da Educação não avançou o desfecho das acusações.
Aliás, a IGE não detalhou ao A NAÇÃO os dados referentes a casos de assédio/abuso sexual e nem respondeu às perguntas colocadas por este jornal, alegando estar em processo de mudança de inspector. Ainda assim, por ser um assunto sensível, nunca é de mais baixar a guarda para um fenómeno com raízes profundas na sociedade cabo-verdiana.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 784, de 08 de Setembro de 2022