João Delgado, director-geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social esclareceu hoje que a medida de proibição de alimentação do exterior nas cadeias vai continuar, para evitar acesso de substâncias psicotrópicas ou algum outro objeto proibido nos estabelecimentos prisionais, refutando as críticas que têm surgido nas redes sociais sobre a qualidade da comida na cadeia da praia.
Esse responsável esclareceu hoje na imprensa as notícias transmitidas pela comunicação social, que se propagaram nas redes sociais, sobre as condições de alimentação e saúde dos reclusos na cadeia central da Praia.
“Tomamos conhecimento, inclusive através das redes sociais, que a alimentação, segundo os reclusos, não tem sido satisfatória, o que não entendemos, porque não corresponde à verdade, até porque os reclusos têm uma alimentação dentro dos padrões normais”, argumentou.
Refeições
O mesmo garantiu que os detentos têm três refeições por dia, ou seja, pequeno almoço, almoço e jantar, sendo que no pequeno almoço são oferecidos por vezes, chá, ora café com leite e às vezes só leite, de acordo com a ementa fixada semanalmente.
Já ao almoço disse que é servido sempre uma refeição quente, e fresca, mas reconheceu que há reclusos que carecem de alguma dieta alimentar por precauções de saúde.
“Uns não comem carne, outros não comem peixes, enfim, várias coisas, e há outros que às vezes quando a refeição é peixe, não gostam do peixe também não o comem, o que entendemos ser até natural, normal, porque lá em casa também na alimentação há refeições que não nos agrada”, alegou.
Em relação àqueles que seguem alguma dieta alimentar, esclareceu que não ficam sem comer, porque é-lhes garantido sempre uma outra opção.
“Padrões normais”
O mesmo garantiu ainda que na cadeia há comida em quantidade suficiente e em qualidade dentro dos padrões normais.
“Nenhum recluso fica sem comer, nenhum mesmo, o que poderá acontecer é se eles, não querem comer aquilo, efectivamente não vamos obrigá-los, ou então há outros que de vez em quando se lembram de entrar em greve de fome, que é uma coisa que entre eles é normal”, reforçou.
Esse responsável reiterou, contudo, que vai-se manter a proibição da entrada de alimentos trazidos pelas famílias dentro do estabelecimento, uma medida adoptada com a pandemia.
Segundo disse, a medida é para evitar que aproveitem a entrada desses alimentos para levar substâncias psicotrópicas ou algum outro objecto proibido de entrar nos estabelecimentos prisionais.
“E a prova viva disso é que ainda ontem fizemos uma detenção na cadeia central da Praia, de uma senhora que tentou introduzir substâncias ilícitas dentro de uma sapatilha na prisão”, exemplificou.
Água
Relativamente à circulação de algumas imagens de garrafões de água nos estabelecimentos prisionais, dos quais os reclusos supostamente dizem que é água que consomem, o mesmo diz também que não corresponde à verdade.
“A começar, essas botijas de água, eles enchem isso e usam como se fossem halteres, para fazer os treinos, essa água é condicionada dentro do recipiente durante uns dias e acaba por ganhar outra cor”, explicou.
Já em relação à saúde, salientou que todos os reclusos têm uma queixa, lembrando que o transporte dos mesmos para o hospital carece de recursos, nomeadamente de agentes, que “não são muitos”, para garantir a segurança durante o percurso.
Essa fonte disse ainda que muitos se queixam de doenças para quando forem levados aos hospitais aproveitarem para fugir.
Na cadeia, garantiu, são oferecidas condições de saúde aos reclusos.
C/ Inforpress