A classe dos transitários da Praia alertou que, a ser implementado o novo modelo das pequenas encomendas, anunciado pelo Governo na semana passada, os valores pagos por uma mercadoria vão dobrar, tendo em conta o aumento das despesas aos transitários.
Este aumento é fundamentado, em comunicado enviado à comunicação social, por supostos “condicionalismos” impostos à classe que, dizem, corre o risco de desaparecer.
“Face a esses encargos, as pequenas encomendas, ficarão sobremaneira encarecidas no seu desalfandegamento. No modelo atual paga-se, mais ou menos, à volta seis mil escudos para uma pequena encomenda. Com o novo modelo esse valor vai ao dobro”, alertou.
Condicionalismos
No referido comunicado, diz que a classe ficará sujeita à obrigatoriedade de armazéns próprios, com localização geográfica preferencialmente nas imediações do porto, aliado à alta renda a pagar por esses espaços.
“Para o efeito, o transporte das pequenas encomendas do Terminal aos armazéns, a colocação de trabalhadores para manuseamento, e, quando se justifica, em função do peso das encomendas, utilização de máquinas para a sua movimentação”, acrescentou.
No entender desta classe, se o objectio é ajudar as famílias que recebem ajuda dos entes próximos emigrados, deve-se pensar de outra forma e não esta que, a se efetivar, “encarece e de que maneira as pequenas encomendas”.
Clarificação
“Muitas das vezes, para não se dizer todas as vezes, é o próprio emigrante a enviar dinheiro para o custo das despesas de desalfandegamento. Este novo modelo, a se efetivar realmente, a classe dos transitários de Cabo Verde vai deixar de existir e muitos chefes de família vão para o desemprego”, considera.
Diante desta preocupação, a classe pede a clarificação “deste e outros pontos da cadeia”, nomeadamente se vai afiançar os armazéns, “da mesma forma que se vai afiançar para um futuro transitário” que diz saber estar a preparar para entrar no mercado.
Novo modelo de factura
Recorde-se que no passado dia 11 de Agosto, o Governo de Cabo Verde anunciou um novo modelo de factura a ser utilizado pelas empresas transitárias e que, segundo disse, vai eliminar a “troca de papéis” no processo de desembaraço de pequenas encomendas.
Com este modelo de factura-recibo, o executivo pretende afastar a informalidade e promover a transparência ao processo de envio e recebimento de pequenas encomendas.
