A cabo-verdiana e protagonista do filme com o seu nome, “Vitalina Varela”, vencedor de vários prémios, quer levar os filhos, que estão actualmente doentes, de Cabo Verde para Portugal. A mesma pede apoio para concretizar esse desejo.
À Inforpress, Vitalina Varela disse que, desde a estreia do filme, em 2019, a sua vida “mudou muito e para melhor”, tendo viajado e conhecido vários países do mundo, trazendo-lhe “grande alegria e satisfação”.
“Os prémios que ganhei têm muito valor, muito amor e alegria para todos os cabo-verdianos. Para mim mudou tudo, estava muito doente, mas Deus começou a dar-me melhoras, amor e alegria, porque estava sempre a chorar e com muita dor”, contou.
Entretanto, diz que está em Portugal há oito anos, sozinha, já que deixou os seis filhos (quatro que criou e dois biológicos), sendo que estes dois últimos, um homem e uma mulher, todos adultos, têm estado doentes.
“A rapariga já fez cirurgia três vezes. Estou aqui sozinha. Preciso dos meus filhos que estão em Cabo Verde todos doentes”, pediu, explicando que tem tentado, mas sempre com insucesso.
O filme e a sua história
Vitalina Varela, agora com 58 anos, natural de Figueira das Naus, ilha de Santiago, é uma actriz amadora e o filme com o seu nome, conta a história da sua vida, retratando também muitos dos problemas por que passam os emigrantes cabo-verdianos em Portugal.
O filme é uma longa metragem do português Pedro Costa, que teve estreia mundial em Agosto de 2019, no Festival de Cinema de Locarno (Suíça), onde arrecadou os principais prémios: Leopardo de Ouro e Leopardo de Melhor Interpretação Feminina para Vitalina Varela, a mulher que inspirou a história filmada por Pedro Costa.
Desde Locarno, o filme soma mais de 22 prémios, a maioria de melhor filme e melhor realização, integrou mais de 50 festivais e mostras internacionais de cinema e reúne críticas elogiosas, tendo integrado as listas de melhores filmes do ano (2020) por vários media especializados.
O filme conta a história de uma mulher que viveu grande parte da vida à espera de vir ter com o marido, Joaquim, emigrado em Portugal. Sabendo que ele morreu, Vitalina Varela chegou a Portugal três dias depois do funeral.
C/ Inforpress