O bastonário da Ordem dos Médicos Cabo-verdianos, Danielson Veiga, avançou que os casos de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), enfartes, amputações em diabéticos e distúrbios emocionais aumentaram em Cabo Verde, durante a pandemia da Covid-19.
Danielson Veiga, que esteve em Lisboa a participar em sessões de formação cirúrgica, disse que, durante a pandemia, as pessoas chegaram tarde às estruturas de saúde, o que terá resultado no atraso na assistência médica e medicamentosa e no aumento da mortalidade por estas doenças.
A par destas doenças físicas, a pandemia aumentou os “distúrbios psicoemocionais”, bem como o consumo de álcool, com reflexos ao nível da violência, divórcios e descompensações emocionais.
“No serviço de psiquiatria, quase 90% dos doentes ficaram afectados e o serviço, de certa forma, teve de parar, porque os técnicos de saúde também ficaram afectados”, contou.
Consequências da pandemia
As consequências desta resposta de emergência, diz, ainda se estão a sentir, até porque “a pandemia ainda não acabou”: “Tivemos um grande atraso na marcação de consultas, sobretudo de doentes crónicos; as cirurgias também tiveram atrasos”.
O agravamento das condições de saúde também se deveu à falta de medicamentos, pois a sua venda dependia de receitas e estas de uma ida aos serviços de saúde, que diminuiu muito durante a pandemia.
C/ Inforpress