O Grupo ETE, acionista da CV Interilhas, disse, esta quinta-feira, 28, que os constrangimentos nos serviços públicos de transporte marítimo de passageiros, e de carga, se devem ao incumprimento das obrigações financeiras, desde o início da concessão, por parte do Estado. A dívida seria de mais de 9,5 milhões de euros.
Em um comunicado, citado pela Inforpress, o Grupo ETE, acionista maioritário da CV Interilhas, esclarece que, nos termos da concessão, estão consagrados direitos e obrigações para ambas as partes, que devem ser integralmente cumpridos.
“Cumpre esclarecer que o concedente se encontra em incumprimento das suas obrigações financeiras, desde o início da concessão, em 2019, a ponto de actualmente a elevada dívida acumulada à CV Interilhas ascender já a 9,5 milhões de euros”, denunciou.
Cumprimento das obrigações
Neste sentido, considerou que só será possível oferecer um serviço de transporte marítimo inter-ilhas de passageiros e carga regular, fiável e seguro à população cabo-verdiana, se todos se mostrarem disponíveis para cooperar e cumprir as respectivas obrigações, de forma leal e competente.
A CV Inter-ilhas entende que só desta forma é que a concessionária pode investir na qualidade dos serviços de mobilidade que presta, de modo que a oferta existente responda na íntegra às necessidades dos passageiros e ao respectivo conforto e bem-estar.
“Só desta forma a concessionária estará em condições de poder continuar a investir na renovação da frota, de modo a garantir uma maior fiabilidade do serviço”, precisou.
Contudo, o Grupo ETE, através da CV Interilhas, assegurou que mantém o seu compromisso para com a população de Cabo Verde e continuará a cooperar de forma estreita com o Estado, a fim de continuar a cumprir aquela que é a sua missão.
Burocracia
“No que respeita ao navio Chiquinho BL, para que este possa servir a rota de São Nicolau, é necessário ultrapassar os inúmeros constrangimentos burocráticos que têm sido levantados constantemente à CV Interilhas, para que este serviço se torne uma realidade”, explicou.
Na semana passada, em conferência de imprensa, realizada no Mindelo, a administração da CV Interilhas lamentou os constrangimentos que se fazem sentir nas ligações provocadas em três dos cinco navios da frota, admitindo que a companhia marítima deve retomar a normalidade das suas viagens no final do corrente deste mês.
A CV Interilhas detém a concessão dos transportes marítimos de passageiros e carga em Cabo Verde desde 15 de agosto de 2019, por um período de 20 anos.
C/ Inforpress