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“Lista da Vergonha”: ONU analisa Relatório sobre Crianças e Adolescentes envolvidos em Conflitos Armados  

Documento da Organização das Nações Unidas (ONU) confirma mais de 23 mil violações graves aos Direitos dos Menores de Idade, em 21 Países do Globo.

O Conselho de Segurança das Nações unidas analisou, terça-feira, 19 – de acordo com odia.com.br -, o Relatório da ONU sobre Crianças em Conflitos Armados, como os da Colômbia, Iémen, Afeganistão, Iraque, Síria, Sudão do Sul ou Mali.

O Documento confirma 23 mil 982 violações graves dos Direitos dos Menores de Idade, em 2021, em conflitos em 21 Países e na Bacia do Lago Chade (na África), embora a chamada “Lista da Vergonha” seja encabeçada pelo Afeganistão, República Democrática do Congo, Israel e os Territórios Palestinianos, Somália, Síria e Iémen.

Para ilustrar os números incluídos no Relatório elaborado por Virgina Gamba, representante especial do secretário-geral da ONU, o jovem Patrick Kumi, vítima do Conflito no Sudão do Sul, levou sua história ao Fórum, além de “algumas recomendações” que pediu que escutassem.

Em 2016, quando ele tinha 15 anos e acompanhava o pai no campo, um grupo armado os sequestrou e após sofrer torturas, seu pai foi executado na frente dele.

E ele ouviu: “Junte-se à causa ou você vai morrer”.

“Não consigo me lembrar do que disse, mas me dei conta de que minha resposta havia sido sim”, contou Kumi ao Conselho.

“Levei três anos para me recuperar. Muitos na minha Comunidade ainda não conseguiram. Alguns não se recuperam”, revelou, esclarecendo que a sua “é só mais uma história”.

Após agradecer sua presença perante os delegados dos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Kumi ressaltou, porém, que ouvir uma pessoa “uma vez ao ano não é suficiente”.

Realidades escondidas 

“Todo menor tem o direito de ser protegido tanto em Tempos de Paz quanto em Guerra”, lembrou a diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell.

Sequestros, estupros e outras formas de violência sexual contra menores aumentaram 20 por cento (%) em 2021 em relação ao ano anterior, que já havia registado um crescimento de 90% nessas agressões, segundo o Relatório da ONU.

As Estatísticas escondem realidades ainda mais trágicas. Por exemplo, o sequestro de meninas para fins sexuais, casamentos forçados e exploração aumentaram 41% em 2021.

Colômbia

Ainda que sua situação não seja comparável à dos Países mais afectados, a Colômbia aparece, pela primeira vez, na “Lista da Vergonha”, ao registar 231 violações graves contra 192 menores (136 meninos, 56 meninas), a maioria com idade entre 12 e 17 anos.

São responsáveis por essas violações as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) (75), o Exército de Libertação Nacional (ELN) (17), as Auto-Defesas Gaitanistas da Colômbia (AGC) (17), perpetradores não identificados (8) e Los Caparrapos (6).

Futuros relatórios deverão incluir novos Países e novos Focos de Conflito, como Etiópia, Moçambique e Ucrânia, alertam os autores.

O Brasil, que está presidindo o Conselho de Segurança este mês, quis destacar no Debate a situação dos refugiados, deslocados internos e apátridas.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), 41% de todas as pessoas deslocadas à força em 2021, no Mundo eram menores.

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