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Sociedade

Estudantes mães: Uma mudança que mexe com o psicológico e emocional

A psicóloga clínica e de saúde Suzy Chantre realça que, quando se fala de gestantes estudantes, temos, por um lado, uma mulher que muda de status social, passando a ser mulher mãe e, por outro, uma mulher-estudante que tem deveres, horários, trabalhos, exigências que todo o estudante tem, acarretando mais uma situação que terá que lidar.

Este novo status, como diz, implica, muitas vezes, um certo descuido com aspectos importantes durante a gravidez, como por exemplo a alimentação e o sono.

“Claramente se torna mais um desafio para a mulher, já que é um aspecto da sua vida que pode influenciar na sua qualidade de vida, e consequentemente, na sua saúde mental”, aponta.

Entretanto, a mesma realça que a gravidez não é doença, e nem tão pouco pode ser vista como uma condição automaticamente conectada às doenças, quer físicas, quer mentais.

“Isso para esclarecer que, enquanto uma fase de grandes mudanças (fisiológicas, psicológicas, hormonais, de status social, etc.), pode desencadear momentos de instabilidade emocional, tendo em conta o aumento dos níveis hormonais”, explica.

Esta mudança, alerta igualmente, pode também estar associada, em parte, à romanização da gravidez que a mulher vive, estando “pressionada”, muitas vezes, por estereótipos e mitos em torno da fase gestacional, ficando mais sensível  e melancólica.

Isso, sem contar que, em muitos casos, a gestação ultrapassa essa barreira da instabilidade emocional normal, próprio da gravidez, desencadeando transtornos mentais como a depressão, a depressão pós-parto, a ansiedade e queixas somáticas, por exemplo.

Esta matéria integra a reportagem sobre o documentário de Georgina Fernandes sobre mães estudantes, publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 776, de 14 de Julho de 2022

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