Orlando Dias, pré-candidato à liderança do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), reiterou hoje que o seu objectivo é para levar até ao fim e não receia uma dissidência no seio do partido provocada pela sua decisão. Diz, inclusive, ter muito apoio silencioso no partido.
Citado pela Inforpress, o deputado eleito pelas listas do MpD e membro da Comissão Política Nacional deste partido, Orlando Dias tem sido uma voz crítica em relação à governação do país e, recentemente, quando o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, decretou situação de emergência económica e social, veio a público afirmar que o primeiro exemplo devia vir do Governo.
Instado pela Rádio de Cabo Verde se esta sua posição não fragiliza o executivo, o mesmo disse que não.
“O Governo é que deve pegar nestas propostas e implementá-las. São propostas que a população quer e o Governo pode corrigir, pegando nas minhas propostas e implementá-las”, disse, acrescentando que, fazendo isso, Cabo Verde “sai a ganhar e o próprio Governo sai a ganhar”.
Perguntado se estas propostas não poderiam ter sido feitas em fórum próprio, ou seja, a nível do partido, revelou que as mesmas “já foram feitas há vários anos”.
“Há muito tempo que, internamente, tenho batido nisto. Só que não se está ouvindo e, então, tive que vir para fora para as pessoas ouvirem as propostas que temos para, também, pressionarem o Governo e o próprio MpD”, disse.
Na sua óptica, são “propostas úteis” para Cabo Verde e que poderão “servir bem o próprio o MpD”.
Muito apoio silencioso
O mesmo garante que, neste momento, “há muita gente do MpD” que o apoia que “há muito apoio silencioso”, pelo que se sente “seguro” de que terá um “excelente resultado” a nível interno, que será para o “bem do MpD e dos militantes”.
“Vamos dar mais voz aos militantes, vamos devolver o partido aos militantes e vamos aprofundar a democraticidade interna”, prometeu o pré-candidato, concluindo que o amigo do líder é quem o critica frontalmente para que ele melhore.
Orlando Dias é, até esta data, o único a manifestar interesse na liderança do MpD, nas directas que antecederão a Convenção do partido, prevista para o primeiro trimestre de 2023.
C/Inforpress