O Sindicato de Santiago A União Faz a Força (SSUFF) denuncia que os trabalhadores da Sonasa (Empresa de Segurança Privada), entre outras prestações, estão, há nove meses, sem cobertura da Previdência Social Obrigatória. Júlio Nascimento, em nome da Empresa visada, diz que o assunto está em vias de ser solucionado.
Manuel Barros, o presidente do SSUFF, diz que os trabalhadores da Sonasa estão sem a cobertura da previdência social obrigatória devido ao não pagamento das respectivas contribuições pela entidade patronal, a Sonasa, ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
“É um problema gravíssimo e quem fica prejudicado são os nossos trabalhadores, associados no nosso Sindicato, porque já são nove meses que a empresa faz descontos referentes à previdência social e não os envia para o INPS, isso tem causado vários constrangimentos aos vigilantes”, afirma.
Greve ou manifestação
avisa que caso o problema não for resolvido o sindicato que preside terá que recorrer a outras formas de luta. “Entre nós, vamos reunir com todos os vigilantes para tomar uma decisão que dependerá deles. Caso a situação não for resolvida, esta semana, vamos apelar para uma greve ou uma manifestação”, adianta.
Isto tendo em conta, como revela, que o SSUFF já recorreu a várias formas para solucionar este problema, sem resultado.
“Já fizemos denúncia na Inspeção do Trabalho e abordamos o assunto em encontros com a própria Sonasa para ver se encontramos uma solução; a Sonasa disse-nos que tem estado a negociar as formas de pagamento com o INPS, mas já lá vão nove meses”, diz.
Segundo o sindicalista, esta não é a primeira vez que o SSUFF se depara com uma empresa de segurança privada nesta situação de incumprimento com os seus trabalhadores.
“O problema não é apenas com a Sonasa, existem outras empresas que estiveram igualmente nesta situação. No entanto, regularizaram tudo através de negociações efectivas com o INPS, então esperamos que o mesmo aconteça com o caso da Sonasa”.
Sonasa promete resolver até final deste mês
Por seu turno, o director geral interino da Sonasa, Júlio Nascimento, justifica o incumprimento, há nove meses em relação ao problema denunciado, com razões de “sufoco financeiro”.
“A empresa já está há dois anos numa negociação com os seus clientes para aplicar o preço indicativo de referência, no entanto, são poucos os clientes que pagam esse preço à Sonasa, gerando um grande sufoco financeiro”, diz.
“Fomos obrigados a actualizar a grelha salarial dos trabalhadores, indicada desde Maio de 2020, sem receber o valor que deveríamos receber para ter a capacidade de aumentar os salários”, portanto, “tudo isso culminou num certo sufoco em termos financeiros na Sonasa”.
Diante disso, como reconhece também, chegou-se a “um ponto em que tivemos de optar ou por pagar o INPS ou efectivar o salário dos funcionários e, claro, decidimos pagar os trabalhadores”.
Com cerca de 800 efectivos, a Sonasa, segundo o seu porta-voz, acredita que até final deste mês de Julho terá resolvida a situação dos nove meses sem previdência social.
“Esta situação com o INPS já está praticamente resolvida, considerando que estabelecemos um princípio de acordo com a instituição, só faltam algumas pendências burocráticas”, diz.
Júlio Nascimento alega, entretanto, que por causa da “ausência de algumas pessoas com poderes decisivos no INPS”, até o momento, não foi possível concluir a negociação, mas que “tudo estará resolvido ainda neste mês e serão liquidados todos os retroativos” devidamente.
Tiana Silva
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 776, de 14 de Julho de 2022