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Guerra na Europa: Bruxelas prepara Plano de Emergência em caso de corte total de Gás Russo 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou perante o Parlamento Europeu que o seu Executivo vai apresentar, este mês, um Plano de Emergência Europeu, para precaver um eventual corte total de fornecimento de Gás Russo.

“Precisamos de nos preparar para novas perturbações no fornecimento de Gás, até mesmo para um corte total da Rússia. Actualmente, no total, 12 Estados-membros são directamente afectados por reduções parciais ou totais do fornecimento de Gás. É óbvio: [o Presidente Russo, Vladimir] Putin continua a utilizar a Energia como uma arma”, afirmou – citado pelo portal jn.pt -, num debate no Hemiciclo de Estrasburgo sobre a Presidência Semestral Checa do Conselho da União Europeia (UE).

Von der Leyen anunciou então que “é por esta razão que a Comissão está a trabalhar num Plano de Emergência Europeu”, que apresentará “em meados de Julho”.

“Os Estados-Membros já têm os seus Planos Nacionais de Emergência em vigor. Isso é bom, mas precisamos de Coordenação Europeia e de Acção Comum. Precisamos de assegurar que, em caso de ruptura total, o Gás flui para onde é mais necessário. Temos de assegurar a Solidariedade Europeia. E precisamos de proteger o Mercado Único, bem como as Cadeias de Abastecimento da Indústria”, disse.

Lições da Pandemia 

A presidente do Executivo Comunitário sublinhou, também, que os 27 não podem esquecer “a amarga lição” aprendida no início da Pandemia da COVID-19, em 2020, comentando que “o egoísmo e o proteccionismo conduzem apenas à desunião e à fragmentação”.

“Como sempre, esperamos o melhor, mas preparamo-nos para o pior. Temos um trabalho árduo à nossa frente. Mas, tal como nas últimas semanas, a unidade trará sucesso”, disse.

Ainda em matéria de Política Energética, a presidente da Comissão observou que “alguns dizem que, no novo Ambiente de Segurança, após a agressão da Rússia, é preciso abrandar a Transição Verde”, mas argumentou que “o oposto é que é verdade”.

“Se todos nós não fizermos mais do que competir com Combustíveis Fósseis limitados, os preços vão explodir ainda mais e encher o Cofre de Guerra de Putin. A melhor, mais limpa e mais segura maneira de sair da nossa dependência são as Energias Renováveis. Portanto, o novo Ambiente de Segurança é o melhor argumento para acelerar a implantação das Energias Renováveis. As Energias Renováveis são de origem doméstica. Elas dão-nos independência dos Combustíveis Fósseis Russos. São mais rentáveis. E são mais limpas”, defendeu.

Por seu lado, o Primeiro-Ministro Checo, Petr Fiala, ao apresentar as Prioridades de Praga para o Segundo Semestre do Ano, destacou, também, a Segurança Energética, e indicou que “o caminho que a Presidência Checa quer seguir é, principalmente, trabalhar em Projectos Europeus Comuns”, que ajudem o bloco a libertar-se da sua dependência da Rússia, no que classificou como desRussificação” do Fornecimento de Energia.

As Tensões Geo-Políticas devido à Guerra da Ucrânia têm afectado o Mercado Energético Europeu, já que a UE importa 90 por cento (%) do Gás que consome, sendo a Rússia responsável por perto de 45% dessas Importações, em níveis variáveis entre os Estados-Membros.

Em Portugal, o Gás Russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

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