O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reiterou, esta segunda-feira, que não há margem para qualquer aumento salarial, sobretudo neste contexto em que a guerra na Ucrânia “agravou significativamente” a situação de crise do país.
Ulisses Correia e Silva falava aos jornalistas após uma declaração conjunta com o director das Operações do Banco Mundial, que se encontra de vista a Cabo Verde, quando instado a reagir às declarações dos sindicatos que exigem o aumento salarial para repor o poder de compra dos trabalhadores.
“Os sindicatos compreenderão que, até em nome daqueles que não têm nenhum rendimento, nós temos que concentrar os nossos esforços de estabilização por forma a evitar que estejam ainda muito mais pressionados pelos efeitos da crise. Estou a falar de pessoas sem emprego, das pessoas nas zonas rurais que sofrem os efeitos da seca, de famílias com problemas”, indicou.
Ulisses Correia e Silva explicou que o foco do Governo, neste momento, deve ser na protecção e adiantou que, quando o país estiver em condições de actualizar o salário mínimo, de fazer a actualização salarial, o executivo fá-lo-á.
O presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), José Manuel Vaz, pediu no domingo, ao Governo que convoque o Conselho de Concertação Social (CCS) para discutir com os parceiros sociais a questão do aumento salarial, tendo em conta o aumento exponencial dos preços dos produtos e serviços em Cabo Verde.
O primeiro-ministro adiantou que o Governo vai sim, convocar uma reunião do CCS, dentro do quadro da agenda programada, mas a questão salarial não fará parte dos assuntos a serem tratados, tendo em conta o contexto actual de crise.
C/ Inforpress