O escritor cabo-verdiano Germano Almeida recebeu nesta quinta-feira, 30 de Junho, a sua primeira homenagem na Boa Vista, ilha que o viu nascer. A cerimónia de reconhecimento ao Prémio Camões 2018, aconteceu em Sal Rei, enquadrada nas festas do Dia do Município e da padroeira da ilha, Santa Isabel.
A noite de homenagem, que aconteceu no Centro de Artes e Cultura (CAC), acabou por ser uma surpresa para Germano Almeida que julgava estar no evento apenas para o lançamento das obras “A confissão e a culpa”, e “O último Mugido”.
Segundo a Inforpress, no evento, as professoras Helena Duarte e Jacira Monteiro fizeram o lançamento dos dois livros, em forma de diálogo e de seguida o público presente fez perguntas ao autor.
Em jeito de homenagem ao escritor boavistense que vive, há muitos anos, em Mindelo, houve ainda apresentação de um vídeo em que pessoas de vários quadrantes sociais falaram sobre as suas obras e o seu percurso.
De seguida, Germano Almeida recebeu das mãos do presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, uma estatueta como forma de reconhecimento do seu trabalho em prol da literatura, da cultura da Ilha das Dunas e de Cabo Verde, no geral.
Autor “comovido”
Entre aplausos, visivelmente emocionado e ao mesmo tempo surpreso, em poucas palavras dirigidas ao público presente no palco, Germano Almeida confessou estar muito comovido e que não contava com a homenagem.
“Falaram vagamente que viria a ser homenageado não fiz ideia que seria uma coisa tão bonita”, disse, afirmando que enquanto via e vivia a homenagem lembrou dum verso dum poeta português João de Deus, que durante uma homenagem disse: “estas honras e este culto bem se podem prestar a homens de grande vulto….”.
“É o que senti em mim porque eu sou um humilde filho da Boa Vista que, mesmo sem estar aqui presente, amo a minha terra”, considerou, reiterando que “não contava com a homenagem em que manifestou gratidão ao presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, por este reconhecimento.
Homenagem “justa e afetuosa”
Por sua vez, o edil, Cláudio Mendonça, considerou a homenagem “justa e afetuosa” ao reconhecer o contributo que o escritor deu à cultura cabo-verdiana e à sociedade.
“Esta homenagem é um imperativo de consciência e de gratidão que esta ilha reconhece pelo valoroso trabalho de promoção da fantástica ilha da Boa Vista dentro e fora do país”, afirmou destacando esta iniciativa da edilidade que propôs este tributo ao mais renomado entre os escritores cabo-verdianos contemporâneos.
C/Inforpress