Em Portugal, cresce a insatisfação com as medidas do Governo para atenuar a Crise: 46 por cento (%) diz que a resposta é “má” e apenas 14% que é “boa”. Maioria dos cidadãos (67%) pede intervenção para limitar aumentos dos bens essenciais e da Energia.
Não há praticamente nenhum português – dá conta o portal jn.pt -, imune aos efeitos do aumento do Custo de Vida.
E já soam os alarmes: quase dois terços foram obrigados a mudar de hábitos por causa da Fcatura dos Combustíveis; pior ainda, mais de dois terços começaram a cortar na Alimentação, ao ponto de reduzirem ou eliminarem produtos que faziam parte do seu cabaz de compras no super-mercado.
Em face disso, o Primeiro-Ministro António Costa vai ter que fazer bastante melhor do que prometer aumentos “históricos” de pensões para o próximo ano.
É agora que o aumento do custo de vida se está a fazer sentir (97%), em particular na ida ao super-mercado (39%) e à bomba de Gasolina (39%). E é também no imediato que nove em cada dez portugueses (89%), incluindo os Eleitores Socialistas, pedem novas Medidas que atenuem o efeito da Crise.
Saldo negativo
Entre os meses de Maio e Junho, e perante o avanço da Inflação (8%, Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a satisfação com as Medidas adoptadas pelo Governo para atenuar a Crise caiu 12 pontos percentuais, enquanto a insatisfação subiu 17 pontos (com destaque para os que dizem que é “muito má”, que passaram dos 9% para 23%).
O Saldo (diferença entre os que acham que a resposta do Governo à Crise é “boa” e os que acham que é “má”) é negativo em todos os segmentos da Amostra, incluindo entre os que deram a maioria absoluta ao PS, em Janeiro.
A insatisfação é particularmente elevada na Região Norte e na Área Metropolitana de Lisboa do Porto; entre os que estão na faixa etária dos 18/34 e 50/64 anos; e entre os que fazem parte da classe média baixa.
Travão aos alimentos
Bem pior do que o castigo político ao Governo é o castigo que as famílias estão a sentir na pele. Mais de dois terços (68%) dos portugueses já se viram obrigados a alterar o seu padrão de Consumo de Alimentos (com destaque para os que vivem na Região do Porto, para as mulheres, e para os que têm 35 a 49 anos).
Estes cortes na Alimentação podem ser menos graves, quando o que está em causa é a necessidade de optar por um produto com um preço mais baixo (40%); mas tornam-se preocupantes quando é assumido que foi preciso reduzir o consumo (34%), em particular entre as mulheres e os que têm 65 ou mais anos; ou quando há produtos que, por causa da subida dos preços, foram banidos da cesta de compras (25%). Como desabafou um dos inquiridos na sondagem, “alguns produtos agora só compro quando estão com uma boa promoção”.
Também no caso dos Combustíveis a percentagem de portugueses que se viu obrigada a fazer adaptações é muito elevada (60%). A grande maioria cortou nos passeios ao fim de semana (em particular os que vivem na Região Norte), cerca de um quarto passou a andar mais a pé (com destaque para quem vive nas áreas metropolitanas), e uma fatia mais pequena passou a utilizar Transportes Públicos.