O sector privado quer, de facto, ser o motor da economia, colaborar com o Governo na retoma económica e ajudar na construção da resiliência. Para isso, pede menos burocracia e mais rapidez nas análises e financiamento dos projectos, conforme defendeu hoje o presidente da Câmara de Turismo.
Ao discursar na abertura do Cabo Verde Investment Fórum, o presidente do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e presidente da Câmara de Turismo, Jorge Spencer Lima, criticou a excessiva burocracia e afirmou que Cabo Verde precisa, urgentemente, de decisores capazes de dizer sim ou não a tempo e hora.
“Não podemos continuar eternamente a trazer bons projectos e ficar à espera. Hoje pedem um papel, amanhã pedem outro, depois de amanhã pedem outro e ficamos aqui eternamente nessa troca de papéis e burocracia que nunca mais acaba”, descreveu.
Segundo Scapa, os projectos estão a levar de três a cinco anos, desde a ideia até o lançamento da primeira pedra, o que considera “muito tempo”. “Às vezes chega-se num ponto em que a ideia já não serve”, acrescentou.
Retrocesso após pandemia
Jorge Spencer Lima lembrou que, após a pandemia da covid-19, verificou-se um grande retrocesso em Cabo Verde, com a economia a cair para menos 14 por cento (%).
Apesar de alguns avanços registados, indicou que os dados disponíveis demonstram que há ainda um grande trabalho a fazer para que, de facto, essa retoma do País e da economia esteja no seu verdadeiro caminho.
Consolidação
Na sua perspectiva, a retoma económica deve basear-se em dois aspectos, designadamente, a consolidação das empresas e do sector privado existente e, depois, nos projectos do futuro através de novos investimento, novas ideias.
“Nós não podemos estar a pensar no amanhã, se não consolidarmos e construímos o hoje. As empresas estão saindo de uma situação de fragilidade, com muita dificuldade. Portanto há que ter atenção às necessidades de consolidar o que nós temos para depois projectarmos o futuro”, alertou.
Eliminar burocracias
O representante do sector privado louvou as medidas lançadas pelo Governo para a retoma e consolidação do tecido empresarial.
No entanto salientou, que é preciso eliminar as burocracias e fazer com as coisas funcionem e que essas medidas do Governo, na prática, possam corresponder a essa verdadeira retoma, a esse verdadeiro apoio à economia e ao sector privado.
Da parte do tecido empresarial disse que há uma predisposição a fazer de tudo para garantir o desenvolvimento que o País almeja e cumprir esse papel, muito propalado, de “motor da economia”.
Rapidez
Em relação à 4ª edição do Cabo Verde Investment Forum, a decorrer na ilha do Sal, augura que seja um momento de troca de informações mas, sobretudo, que o sector financeiro presente, nacional e internacional, seja capaz de analisar os projectos com rapidez, tomar decisões com rapidez e informar as pessoas rapidez.
O Cabo Verde Investment Fórum está enquadrado na política de promoção do País e é um instrumento privilegiado de promoção de investimentos dentro das estratégias de diversificação da economia e uma forte aposta no sector privado.
O evento, que decorre hoje e sexta-feira na cidade de Santa Maria, na ilha do Sal, sob o lema “Cabo Verde aberto ao mundo”, reúne o Governo, o sector privado e instituições financeiras nacionais e internacionais.
C/ Inforpress