Com base no Quadro Harmonizado que é uma ferramenta que permite classificar a natureza e a severidade da insegurança alimentar aguda na sub-região africana, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, avançou que nove por cento da população cabo-verdiana passa dias sem se alimentar convenientemente.
“Este Quadro Harmonizado aponta hoje para cerca de 30 mil famílias cabo-verdianas na chamada fase três, fase de crise alimentar”, disse o governante, citado pela RFI, que cita, por sua vez, a RCV.
As pessoas podem passar vários dias sem suprir completamente as suas necessidades energéticas, precisou Gilberto Silva, avançando se tratar de análises feitas com a mesma metodologia para todos os países a nível da região e não só.
Aumento após pandemia
O governante disse ainda que, comparado com o período anterior à crise provocada pela pandemia da covid-19, houve um aumento de 6% de famílias a viver em situação de crise alimentar em Cabo Verde.
Para atenuar a situação, o governo vai abrir frentes de emprego público a partir de Julho, num investimento de 231 mil contos.
“O programa deve arrancar no mês de Julho e para os primeiros três meses, ou seja, até final Setembro são 231 mil contos. São trabalhos públicos que não demandam grandes qualificação”, adiantou o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
Apoio do BAD
Em Maio deste ano, à margem dos encontros anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em Acra, o ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, disse que o país vai recorrer ao plano alimentar de emergência do BAD para aumentar a produção agrícola e combater a crise alimentar.
O Plano Africano de Produção Alimentar de Emergência deverá beneficiar 20 milhões de agricultores com sementes e fertilizantes.
C/ RFI