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Boa Vista

Moradores da zona Norte revoltados com falta de água podem voltar a sair às ruas

Os moradores da zona Norte da Boa Vista estão revoltados com a falta de água na localidade. Segundo dizem, há duas semanas que estão dependentes do abastecimento de água do único chafariz da zona. Se a situação não mudar, podem voltar a sair às ruas.

Esta situação acontece cerca de duas semanas depois da inauguração da unidade dessalinizadora de Fundo de Figueiras, um investimento de 60 mil contos do Governo, inaugurado inclusive pelo Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.

Na altura, os moradores de João Galego tentaram inclusive impedir o percurso da comitiva do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que seguia para Fundo de Figueiras, para presidir a referida inauguração.

Situação “crítica”

Agora, neste final de semana, volvidos duas semanas após a inauguração, os moradores dizem estar em situação “crítica” de falta de água, estando dependentes somente da água do chafariz e reclama ligações domiciliárias.

“O projecto de água já foi inaugurado pelo primeiro-ministro, entretanto há zonas onde existem casas, inclusive onde tenho um empreendimento turístico-hoteleiro, não foram contempladas com a rede de água que ficou até a parte mais antiga da localidade”, afirmou Marcelo Fortes, proprietário de um hotel em João Galego.

Conforme este operador, de momento o estabelecimento está praticamente de portas fechadas, isto porque se não tiver como transportar água de poços de agricultores que também já é escassa, não dispõe de água nem para as casas de banho do hotel.

Custos e prejuízos

Também Dario Andrade, explicou que se trata de uma situação que está a afectar toda a zona Norte, onde, aos finais de semana, enfileiram boiões ao pé do chafariz, para conseguir água para as suas casas.

“Há pessoas já idosas e que recebem a pensão social de cinco mil escudos por mês, têm de pagar 20 escudos para cinco boiões de água de 25 litros, e ainda têm que pagar mais 200 escudos para alguém os levar à casa”, afirmou.


O mesmo morador realçou que, ao contrário da informação de que a população teria de colocar contadores em casa para que pudesse ter água canalizada ao domicílio, o mesmo certificou que cerca de 50% das casas dispõem do equipamento, mas que, mesmo assim, continua tudo a mesma.

“Isto já é um grande gasto. Porque há uma falta de informação que é uma vergonha do que fazem para a população da zona Norte. Cabeça dos Tarafes já tem água, Fundo Figueiras 5% da população já tem água e em João Galego nada”, desabafou.

Nova manifestação em hipótese  

Por sua vez, a residente Barbara Pires relembrou que no próximo mês completa um ano que a população da zona Norte realizou uma manifestação, precisamente a reivindicar canalização de água com qualidade na zona, argumentando que, até agora, continuam a vivenciar os mesmos problemas.

É que segundo a mesma, há cerca de duas semanas, que o furo de água salobra que existe está avariado, pelo que as pessoas agora são obrigadas a se deslocarem todos os dias ao chafariz para apanhar água.

Sob a sua análise, para além do tempo que se perde, é algo que constitui um custo para a família na localidade de João Galego, e, por isso avançou que, caso não resolva a situação, poderão agendar outra manifestação.

C/Inforpress

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