O Banco Mundial aprovou, no passado dia 31, um crédito da Associação Internacional de Desenvolvimento, no montante de 30 milhões de dólares, para o Projecto de Desenvolvimento Resiliente do Turismo e Economia Azul, em Cabo Verde. O projecto tem a duração de cinco anos.
Conforme comunicado chegado à nossa redacção, será concedido ainda um co-financiamento complementar de 5 milhões de dólares, através de uma subvenção do Programa Global para o Fundo Fiduciário Multidoadores
da Economia Azul.
Face à grande quebra no sector, devido aos impactos da pandemia da covid-19, para além do “choque económico sem paralelo”, a mesma pôs a nú “desafios estruturais” no sector.
Desafios esses que passam pela “concentração excessiva de chegadas em duas ilhas e num único segmento de mercado”, para além das “ligações fracas com as cadeias de abastecimento local, e questões de sustentabilidade ambiental, em particular nas zonas costeiras”.
Beneficiar comunidades locais
Neste contexto, o projecto proposto apoia, conforme a mesma fonte, “a visão e estratégias nacionais”, nomeadamente o Programa Operacional do Turismo e o Plano Nacional de Investimento para a Economia Azul – para promover o turismo sustentável e a conservação dos recursos naturais com benefícios para as comunidades locais.
Segundo a mesma fonte, o projecto irá contribuir “para objectivos críticos”, especialmente no que toca à melhoria sustentável da diversidade da oferta do sector turístico a mais ilhas, e segmentos de mercado, bem como
permitir uma maior participação e ligações das comunidades locais nos dividendos económicos
que advêm do turismo.
Quatro ilhas na primeira fase
Nesta primeira fase, as intervenções “integradas e transsectoriais” do projecto abrangem os destinos de Santiago, Santo Antão, São Vicente e Sal.
O mesmo prevê o desenvolvimento de infra-estruturas resilientes de turismo e economia azul, como melhoria de trilhos de trekking, restauro de património histórico-cultural, passeios marítimos, cais de pesca e mercado, estradas de acesso, entre outros.
Será ainda implementado apoio ao sector das PMEs locais e empresas lideradas por mulheres, no fornecimento de serviços e produtos sustentáveis, orientados para a procura actual da cadeia de valor turística, e aproveitando em particular o potencial associado à economia azul em Cabo Verde.
Apoio às políticas públicas
O projecto prevê, igualmente, apoio a um “quadro de políticas públicas conducentes e facilitadoras”, incluindo o marketing internacional do destino Cabo Verde, o reforço do planeamento territorial associado, a melhoria da recolha de estatísticas turísticas, o reforço da sustentabilidade e da gestão de sítios e serviços turísticos, e o apoio ao reforço e integração de políticas de género no sector.
Eneida Fernandes, Representante Residente do Banco Mundial para Cabo Verde, mostra-se confiante no impacto que o projecto vai trazer no que diz respeito à recuperação e diversificação económica do país.
“Os investimentos selecionados em infra-estruturas resilientes, bem como as intervenções complementares destinadas a reforçar as PMEs locais, são concebidos para catalisar os dividendos económicos positivos que advêm do turismo entre mais ilhas e segmentos de mercado, permitindo, em simultâneo, amplificar as ligações sustentáveis e com maior valor acrescentado para as comunidades e empresas locais”, concluiu essa responsável.