Apesar de reconhecer os efeitos da crise económica, entre os quais a escalada de preços e perda de poder de compra, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, afastou a possibilidade de um aumento salarial. Por outro lado, prometeu medidas para contornar a inflação.
O descarte do aumento salarial para fazer face à crise foi feito após confrontado com a perda de poder de compra, face à pandemia e ao aumento acentuado de preços.
“Quando temos todas estas prioridades, não creio que possamos colocar, dar prioridade, à atualização salarial. Virá no seu tempo, quando podermos acomodar essas despesas adicionais”, perspectivou.
Em uma grande entrevista concedida, neste domingo, a alguns órgãos de comunicação social, Ulisses Correia e Silva disse que o foco do Governo está agora na proteção social, inclusão e mitigação dos efeitos da alta de preços em produtos de primeira necessidade.
Cinco milhões para mitigação
“Proteção social, proteção dos mais pobres, para a inclusão, o que exige avultados recursos. Entre a proteção e mitigação do efeito da alta de preços de produtos alimentares e combustíveis, estamos a falar, de abril a dezembro, de mais de cinco milhões de contos”, revelou.
No que toca à erradicação da pobreza, disse que é preciso reconhecer que a actual conjuntura tornou a situação muito mais difícil, mas, garantiu, “o empenho continua o mesmo”.
“Temos de ter objectivos de longo prazo, mas, fazer o máximo, para, nesta legislatura, conseguirmos, ou eliminar ou estar próximos dessa eliminação”, sustentou.