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Diáspora

BCV lamenta morte de Corentino Santos, homem que deu “um contributo relevante” ao país

 O Banco de Cabo Verde lamentou hoje a morte de Corentino Santos, primeiro Governador do Banco de Cabo Verde entre 1975 e 1984). Foi com ele, segundo a instituição, que o BCV deu os primeiros passos para se afirmar como uma das instituições mais sólidas e credíveis de Cabo Verde independente.

“É com profunda consternação que o Banco de Cabo Verde comunica que faleceu, ontem, dia 29 de maio de 2022, nos Estados Unidos, o Dr. Corentino Santos, 1º Governador do Banco de Cabo Verde no período compreendido entre 1975 a 1984”, lamentou o BCV, em comunicado.

Corentino Virgílio Santos, recorde-se, nasceu em São Vicente, a 12 de dezembro de 1946.

Licenciou-se em Finanças em Portugal, tendo sido o primeiro Governador do Banco de Cabo Verde (1975-1984). 

“Foi com ele que o BCV deu os primeiros passos para se afirmar como uma das instituições mais sólidas e credíveis de Cabo Verde independente”, recordam.

Governo de transição

Aliás, conforme lembra o BCV, foi enquanto Secretário de Estado-Adjunto das Finanças do Governo de Transição (dezembro de 1974 – julho de 1975), que Corentino participara nas negociações relativas ao chamado Contencioso Colonial.

“Processo esse que permitiu, entre outros atos, a passagem dos bens portugueses em Cabo Verde para a posse do Estado cabo-verdiano, entre os quais constava o património do Banco Nacional Ultrama¬rino (BNU) para o BCV”. 

Fora isso, enquanto Governador do BCV, com assento no Conselho de Ministros, Corentino participou, segundo o BCV, “na tomada de medidas conducentes à criação de uma economia assente na realidade cabo-verdiana pós-colonial”. 

Criação do escudo cabo-verdiano

Dentre elas, destaca-se a criação da moeda cabo-verdiana, o escudo de Cabo Verde, cuja entrada em vigor acontece em 1977, no meio de uma complexa operação logística. 

É ainda durante a sua gestão que se verifica, entre outros acontecimentos relevantes, “o cuidado de dotar Cabo Verde de reservas cambiais mínimas, correspondentes a seis meses de importação.

“Um feito ainda hoje considerado fundamental, tendo em conta as condições de partida do país nascido a 5 de julho de 1975”, enaltece o BCV. 

Autonomia

Uma outra ação por si preconizada, passou por dotar o BCV de autonomia em relação ao Governo, um processo paulatino, que prossegue ainda hoje. 

“No campo das relações externas, foi com Corentino Santos que Cabo Verde, através do BCV, aderiu a um conjunto importante de instituições internacionais, com realce para as de Bretton Woods (Fundo Monetário Interna¬cional – FMI e Banco Mundial) e o Banco Africano de Desenvolvimento – BAD”.

Homenagem em vida 

De notar que no dia 14 de abril de 2016, o BCV homenageou Corentino Santos, no âmbito da apresentação do livro BCV 40 Anos de História, juntamente com 25 personalidades que protagonizaram papéis de grande relevância para o BCV.

“Neste momento de dor, é com profundo pesar que o Banco de Cabo Verde e o Governador expressam as mais sentidas condolências à Família enlutada, perante o passamento de uma personalidade que deu, em diversas áreas, um contributo relevante para o nosso país”.

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