O Presidente da República, José Maria Neves alertou este domingo, Dia Internacional da Família para a necessidade de mais solidariedade social e a adopção de medidas de políticas sociais para melhorar a condição de vida das famílias cabo-verdianas, que passam por provações e dificuldades perante a actual conjuntura, que se reflete no aumento da pobreza, com a subida, por exemplo, dos preços.
“Gostaria de, nesta ocasião, saudar todas as famílias cabo-verdianas, residentes e na diáspora, expressando o meu reconhecimento solidário e uma mensagem de esperança no futuro nesta grande família com alguns séculos de história que é Cabo Verde”, disse.
JMN lembrou que a família é a unidade básica e o fundamento de uma sociedade, pelo que defendeu a necessidade de se reconhecer o papel nuclear que a mesma tem numa sociedade, onde é edificado um ambiente baseado em valores como a cultura, a solidariedade, a fraternidade, o compromisso, a tolerância e o respeito pela diferença.
“Estamos perante um contexto em que as famílias estão a tornar-se menores e o número de agregados com apenas pai ou mãe, principalmente este último, as ditas famílias monoparentais continuam a crescer. A leitura que fazemos deste fenómeno é que há a necessidade de se colocar o foco na protecção social”.
A mais importante escola
O Chefe do Estado destacou ainda que a família deve ser a primeira e a mais importante “escola e modelo” de bons princípios e de valores na educação de crianças, adolescentes e jovens.
JMN realçou também a importãncia da maternidade e paternidade responsáveis, para o sucesso dos homens do futuro, considerando, por outro lado, ser “inaceitável” que as crianças continuem a ser vitimas de vários tipos de agressões que, infelizmente, ainda acontecem no seio da família e que devem ser combatidas.
“Também é de se repudiar a violência doméstica, pelas suas consequências, e por constituir um mau exemplo para os filhos”, disse.
<Neste contexto, exortou todos a assumirem os seus deveres de cuidado, particularmente em relação aos mais vulneráveis, nomeadamente as crianças deficientes e as pessoas idosas.
Dificuldades e pobreza
Perante a conjuntura da covid-19, guerra na Ucrânia e contexto de seca cíclica há três anos, JMN reconheceu que as famílias cabo-verdianas têm passado por inúmeras provações, que têm impactado negativamente a sociedade cabo-verdiana com a subida de preços de produtos e da pobreza no país.
“Existem muitas famílias que passam por provações, mas também existem muitos cabo-verdianos que passam por dificuldades por não terem Família. Assim, apelo, neste dia e em todos os outros, que valorizemos as famílias, sejamos mais empáticos com o nosso próximo, pratiquemos a solidariedade e contribuamos para a inclusão social para com todos os que estão a atravessar um momento de aflição e de provação”, apelou.
O mesmo lembrou ainda que a pobreza em Cabo Verde tem rosto feminino, sendo que muitos lares que têm passado por momentos de necessidade, são chefiados por mulheres que se dedicam, sobretudo, à agricultura de subsistência, pecuária, venda ambulante ou outras actividades similares.
Por isso, defendeu a necessidade de medidas de políticas sociais para melhorar a condição de vida das famílias, especialmente das mais desfavorecidas, promovendo a inclusão social.
Recorde que o Dia Internacional da Família é assinalado a 15 de Maio e foi instituído pela Organização das Nações Unidas, para debater questões relevantes para garantir o bem-estar das famílias em todo o mundo.
A data foi celebrada, pela primeira vez, em 1994.
C/Inforpress