Os jornalistas Fretson Rocha, da Rádio Morabeza, Ricardino Pedro, da LUSA e Daniel Almeida, do jornal A NAÇÃO, são os vencedores da primeira edição do Prémio de Jornalismo Financeiro, em primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente, anunciou, esta quarta-feira, a Bolsa de Valores de Cabo Verde. Esta foi a primeira edição do concurso, promovido pela Bolsa de Valores de Cabo Verde, em parceria com a AJOC. De notar que apenas houve 7 trabalhos a concurso.
O resultado do prémio foi anunciado esta quarta-feira, 11, na sede da Bolsa de Valores, no âmbito da comemoração do seu 24º aniversário.
Fretson Rocha, da Rádio Morabeza, foi o primeiro classificado, com o trabalho intitulado “Instituições financeiras de autorização restrita”, que aborda a questão da extinção dos bancos com autorização restrita, apenas para clientes não residentes, e como esta medida aproxima Cabo Verde dos padrões internacionais em matéria de prevenção da evasão fiscal, combate ao fluxo financeiro ilícito e lavagem de capitais.
Foi desenvolvido no âmbito do programa Riqueza das Nações, uma iniciativa de desenvolvimento da capacidade dos media, implementada pela Fundação Thomson Reuters, em parceria com a MISA Moçambique.
“O prémio representa o reconhecimento da excelência e do rigor que devem caracterizar a nossa profissão. Confesso que foi com alguma surpresa que recebi a excelente notícia. Uma distinção que significa muito para mim, tanto do ponto de vista profissional – como jovem jornalista – como pessoal”, declarou, após conhecer os resultados.
Este prémio, segundo disse, prova que é possível fazer jornalismo de investigação em Cabo Verde, apesar das dificuldades por que passam os órgãos privados, relativamente, por um lado, aos meios financeiros e tempo, e por outro, à dificuldade no acesso às fontes.
Incentivo a especialização
Em segundo lugar ficou o jornalista Ricardino Pedro, da Lusa, com a reportagem “Cabo-verdianos sacrificam-se mas poupam para montar os próprios negócios”. O tema mostra como empreendedores conseguiram erguer um negócio próprio, através de poupanças próprias e da aplicação da educação financeira.
O profissional diz receber a distinção com naturalidade, mas também com alegria, e considera que o facto de se estar a premiar uma área específica do jornalismo, do qual os jornalistas, muitas vezes, são avessos, pode ser um incentivo a trabalhos de melhor qualidade e mesmo à especialização.
Daniel Almeida, do A NAÇÃO, ficou em terceiro lugar, com uma reportagem sobre a privatização dos TACV.
Ao todo, concorreram sete trabalhos. O prémio foi instituído em 2021 e é de periodicidade anual, com prémios de 250, 150, 100 mil escudos, para o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente.
A literacia financeira, segundo o presidente do BVC, é um dos principais objetivos da Bolsa de Valores de Cabo Verde.
“Desta forma, reconhecemos e valorizamos o papel relevante e insubstituível da comunicação social, enquanto parceira de primeira linha neste desafio que é de toda a sociedade cabo-verdiana. Em consequência, pretendemos estabelecer com o sector uma relação mais próxima e profícua, tendo sempre presente o interesse público inerente à atividade da comunicação social”, declarou.
Jornalistas do A NAÇÃO premiados
Daniel Almeida, jornalista da casa desde Maio de 2010, conta já algumas distinções, nomeadamente, o Prémio Nacional de Jornalismo – categoria de imprensa escrita – 2015, 2020 e 2021; Menção honrosa, 2018; Jornalista do Ano (imprensa escrita) na Gala “Somos Cabo Verde”, edição 2015 e agora Prémio de Jornalismo Financeiro (2021).
Da imprensa escrita, A NAÇÃO tem sido o meio de comunicação social que mais troféus tem averbado.
Para além de Daniel Almeida, outros profissionais desse órgão já foram distinguidos, entre os quais Gisela Coelho, Carla Gonçalves e Geremias Furtado, estes dois ex-quadros da empresa.