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Olhares de Lisboa – Flashes

Por: Filinto Elísio

Cabo Verde está na 32ª posição global no Índice de Democracia, sendo o 3º lugar em África, depois das Maurícias e do Botswana.. Não é uma posição indecorosa, mas é uma democracia ainda imperfeita. Temos de ambicionar mais e melhor para o nosso País. Mais e melhor, harmonizando direitos e deveres das liberdades. Amor, Bob Marley a entoar: I wanna love you and treat you right…

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Cada país é classificado anualmente, pelo relatório do The Economist Intelligence Unit (EIU), em democracia plena, democracia imperfeita, regime híbrido ou regime autoritário. Significa que vamos sendo avaliados. Se melhorarmos no funcionamento do Governo e na participação política, temos hipóteses de ser um softpower, que é virar uma democracia plena, e aí, sim, outro galo canta.

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Pelos vistos, a malta não se quer melhorar em cultura democrática, que implica aceitar o outro como sujeito portador de liberdades, direitos e garantias e aceitar-se com predicados de compor a cidadania, aliás do povo que, tal qual em Grândola Vila Morena, é quem mais ordena. Afinal, a malta tem de conviver na Polis com savoir-faire!

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Cá entre nós e dito à boca pequena, não vá eu despertar o abade, o estarmos em 32ª posição global ainda é pouco. A ambição da Doce Guerra, brother Antero Simas – vulkon na Praia di Santa Maria/ vali di Paul na Boavista / morna nho Eugénio na nho Saniklau. É preciso ir mais além, ajudado pelo engenho e arte certamente, mas com a audácia da cidadania. Trilhar a estrada da liberdade, igualdade, fraternidade. Acelerar o passo e recompor a postura, derrubar qualquer muro que haja. É pôr-se em marcha e, só para brincar com o fascio, avante, camaradas. Ainda é pouco!

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Há cuidados a ter ante à possibilidades de retrocesso, que nada está garantido à priori e tudo permanece degradante, se não soubermos levar a água ao moinho. Há pequenos cuidados, pois só há liberdade a sério quando houver/ a paz, o pão/ habitação/ saúde, educação, como canta Sérgio Godinho. Vigiar, por exemplo, a nossa intolerância. Estar atento aos deveres do bem estar comum, que isto de só direitos individuais já deu. Amor, amor, amor, uma oferta grandiosa. All We need is love…Capiche?

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 755, de 17 de Fevereiro de 2022

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