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Boa Vista

White Sands: Investidores/pensionistas apreensivos

Quem continua apreensivo com o futuro do White Sands, na ilha da Boa Vista, é um grupo de pensionistas ingleses, que diz ter investido mais de 100 milhões de euros nesse empreendimento.

Por diversas vezes, inclusive neste jornal, esses visados deram mostras da sua apreensão face aos incumprimentos do The Resort Group (TRG) em relação ao resort que devia estar concluído e entregue desde 2016.

Investidores temem risco de perda total dos activos

Ao A NAÇÃO, um elemento do grupo considerou que o anúncio da “apreensão” dos bens do White Sands “é finalmente uma decisão lógica, mesmo que seja uma surpresa e crie uma verdadeira preocupação entre as centenas de investidores que injectaram mais de cem milhões de euros nesta empresa, confiando na TRG e em Cabo Verde”.

Os mesmos investidores dizem ainda que estão agora em risco de perda total dos seus activos.

“Embora o principal culpado desta catástrofe seja o TRG, que parece ter criado uma operação fraudulenta”, realça o denominado United Investors White Sands, sublinhando que o Governo cabo-verdiano “também não está isento de responsabilidade”.

“De facto, lendo o Boletim Oficial, ficamos a saber que o trabalho estava paralisado desde 2017. Foi necessário esperar cinco anos pela decisão para fazer com que o TRG assumisse os seus compromissos? Durante estes cinco anos, o TRG continuou a vender o seu projeto enquanto nenhuma construção estava em curso”, realça.

Esse grupo de investidores diz ainda que ficou a saber, através da Portaria de reversão dos terrenos do TRG, na Boa Vista, publicada no BO de 28 de Março, que o Estado tinha firmado um acordo com o TRG para “obras faraónicas” em vários complexos hoteleiros e uma marina. 

“Exortamos o governo cabo-verdiano a proteger os aforradores”

“Pergunta-se em que base o Estado de Cabo Verde acreditou nesta empresa, cujo capital está essencialmente nas mãos de um homem, sem verificar a solidez financeira da empresa, sem garantir que esta dispunha do capital necessário e do apoio de bancos importantes”, interroga.

Segundo  o nosso interlocutor, ao acreditar no TRG, “Cabo Verde ajudou a forjar a reputação deste grupo que tem enganado tantos investidores privados, incluindo muitos pensionistas britânicos que estão em risco de perder as suas pensões”.

Para esses pensionistas, é essencial que o Estado respeite os investidores que nele depositaram a sua confiança e que sejam feitos acordos com eles no sentido de os compensar ou para confirmar os seus direitos na continuação do projecto com o futuro comprador.

Consideram que a melhor solução seria a criação de uma empresa como o capital investido pelos pensionistas, para assumir o projeto e mobilizar o apoio necessário para concluir o projecto.

“Exortamos o governo cabo-verdiano a proteger os aforradores que depositaram a sua confiança no país e investiram no seu desenvolvimento”.

Na edição do passado dia 31 de Março, esse mesmo grupo de investidores publicou no A NAÇÃO uma carta-aberta, no espaço “divulgação” (página 7), na qual dá conta, uma vez mais, das suas preocupações em relação aos investimentos feitos na posse do TRG, do cidadão inglês Robert Jarret.

Na página A07 desta edição, o visado reage. 

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 763, de 14 de Abril de 2022

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