Os amantes do atletismo da região Santiago Sul reuniram-se no passado sábado, 9, para reerguer a associação da modalidade na região. A ideia da nova Associação de Santiago Sul em Atletismo é construir novos caminhos apostando na reactivação dessa prática desportiva, mas também apostar em novos talentos da Praia, Ribeira Grande e São Domingos, de modo a participarem em grandes provas nacionais e internacionais.
Um grupo formado por ex-atletas e amantes do atletismo reuniram-se no passado sábado, 9, para reactivar a Associação de Santiago Sul de Atletismo (ASSA) e com isso cuidar dos interesses desta modalidade nesta região, que abarca os municípios da Praia, Ribeira Grande e São Domingos.
Para além de retomar os trabalhos da antiga associação de atletismo da região, desactivada há mais de cinco anos, Nuno Ribeiro, eleito presidente da ASSA, avançou que as metas e os objectivos em carteira são muitos.
“Queremos reactivar o atletismo na região Santiago Sul depois de mais de cinco anos sem actividades, nomeadamente provas lideradas pelas associações, que têm recebido a cobertura da Federação Cabo-verdiana de Atletismo. Pretendemos fazer isso baseando em dois pilares fundamentais que passam pela organização da casa e retoma das provas de pistas de estrada e de montanhas”, explicou o eleito presidente da ASSA por unanimidade.
Dentro destas centralidades, Nuno Ribeiro, que já teve a oportunidade de representar Cabo Verde em dois campeonatos mundiais de atletismo (sub 18 e sub 20), em França e Polónia, respectivamente, diz depois dos 15 dias que precisa para ser empossado, pretende reunir-se com todos os atletas, dirigentes, entre outras pessoas ligadas a esta modalidade, para juntos porem em prática as actividades.
De entre os projectos traçados, a ASSA pretende levar o atletismo aos bairros e descobrir novos talentos. “Queremos esta modalidade mais perto das crianças para aumentar os praticantes e descobrir novos talentos. Isto, porque a maioria dos atletas que temos estão entre 25 a 35 anos e este projecto ‘brincar de atletismo’ vai nos permitir novas descobertas junto das comunidades através de corridas de velocidades, resistência, entre outras pequenas provas internas”, sublinhou Ribeiro, realçando que a ideia é realizar depois um inter-bairro de atletismo nas pistas de Achada Grande ou do Estádio Nacional.
Um outro projecto, não muito diferente nesta busca de “talentos”, a ASSA pretende também levar o atletismo às escolas secundárias em Santiago Sul e junto com os professores de Educação Física realizar um campeonato de atletismo inter-liceus.
Reactivar os veteranos
Aos veteranos desta modalidade, Nuno Ribeiro diz que a associação almeja ver os atletas e praticar provas de pistas, estradas e montanhas para alcançar entre três a quatro meetings, além do campeonato regional masculino e feminino, e fazer crescer o escalo de formação.
“Queremos ver os nossos atletas com calendários desportivos durante o ano todo para prepararem para cada prova para estarem nas melhores performances desportivo para participarem em campeonatos nacionais e porque não referencias para representarem Cabo Verde a nível internacional”, almeja.
Parceiros
Para atingir tais objectivos, conquistando novos caminhos para o atletismo em Santiago Sul, Nuno Ribeiro diz que a ASSA precisa de parceiros, acreditando ter dado já alguns passos importantes. “Já tivemos o primeiro contacto com a Federação Cabo-verdiana de Atletismo que nos mostrou abertura para abraçar esta iniciativa”, contou, realçando que precisam também reconquistar a confiança das autarquias.
“A ideia é reactivar porque esta parceria com as câmaras municipais da Praia, da Ribeira Grande de Santiago e de São Domingos já tinha existido no passado. O que queremos é voltar a sentar com elas e negociar para que possam dar o seu contributo, tanto financeiro como humano, ou em termos de equipamentos para reactivarmos as provas dentro da região e pôr em prática as actividades antes mencionadas”, precisou.
ASSA quer “esquecer o passado” e focar no futuro
“Sabemos que quando algo está parado, a disponibilidade das pessoas para a retoma não é tão imediata. Mas o nosso objectivo é fazer as pessoas verem que vale a pena e estamos disponíveis para receber todos que decidirem abraçar a causa”, considera o presidente eleito da ASSA, Nuno Ribeiro, dizendo que prefere focar no futuro e não nos problemas do passado.
“Independentemente do que esteve na origem da caída ou perda de força da antiga associação, nós queremos ver o caminho pela frente, ver o futuro, em vez de focar no passado. Entendemos que agora é o momento da retoma, e estamos a fazer isso com aqueles que estão disponíveis”, avançou.
A ASSA conta com cerca de 20 pessoas envolvidas, desde atletas a dirigentes, passando por ex-atletas, entre outras, que nunca tiveram contacto com o atletismo mas que não escondem o seu amor por esta modalidade desportiva.
“Temos pessoas com e sem contacto com atletismo, com valências profissionais diferenciadas de área jurídica, financeira, de comunicação entre outros. A nossa ideia é ter um grupo mais diversificado possivel que tem em comum a paixão pelo atletismo”, explicou realçando que o grupo inclui homens e mulheres apresentando uma paridade possível.
Eleito no sábado passado, 9, Nuno Ribeiro e a sua equipa esperam ser empossados em menos de 15 dias, para se fazerem à estrada, pistas e montanhas, pondo em prática os projectos para reerguer o atletismo em Santiago Sul e conquistar “novamente” as pistas nacionais e grandes representações além-fronteiras.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 763, de 14 de Abril de 2022