Os vereadores da UCID e do PAICV na Câmara Municipal de São Vicente alegaram, esta quinta-feira, que o presidente Augusto Neves “não tem condições políticas” para continuar a dirigir a edilidade e pedem que sejam tomadas medidas.
Em nota enviada à imprensa, citada pela Inforpress, e que dizem ser do conhecimento também do próprio Augusto Neves, os eleitos municipais elencam várias situações que dizem ser de “abuso de poder” do edil.
Situações que dizem ter denunciado junto à Assembleia Municipal de São Vicente, Tribunal de Contas, Ministério do Mar e ainda à tutela dos municípios, e sobre as quais esperam que possam intervir, considerando que Augusto Neves “não tem condições políticas” para continuar a dirigir a edilidade.
“É tempo de hastear a bandeira da liberdade e da democracia nesta câmara. Uma câmara para todos”, consideraram os vereadores, adiantando que não vão perder a sua dignidade e nem ficar uns contra os outros, porque foram eleitos democraticamente, tal como Augusto Neves, que “tem a obrigação de os respeitar e ao povo que o elegeu”.
Lutar pelos direitos
O mesmo povo, que segundo a mesma fonte, deve-se inspirar no povo ucraniano e lutar pelos seus direitos.
“A maior ameaça à democracia é a dos regimes autoritários protagonizados por eleitos democraticamente. Contrariar essa ameaça é a razão da nossa luta”, asseguraram os vereadores da oposição, para quem “podem até sofrer, mas o futuro será diferente”.
Isto porque, afirmam, Augusto Neves está a “instrumentalizar” os funcionários da câmara municipal, “levando-os a acreditar que os problemas da câmara e os seus próprios problemas não estão a ser resolvidos por causa dos vereadores da UCID e do PAICV.
Mas, conforme os mesmos, o impasse que trava o funcionamento da instituição camarária “deve-se apenas a deliberações tomadas à margem da lei”, na sessão realizada a 02 de Janeiro e que querem que seja anulada, mas, que Augusto Neves recusa-se a fazer.
Os vereadores referiram ainda a “insultos” proferidos por Augusto Neves contra eles, e disseram que não vão recorrer ao tribunal de honra, mas ficam “preocupados” quando “um homem aparentemente calmo, fica nervoso, faz acusações pesadas e descabidas, pode levantar suspeitas contra a sua pessoa, sobretudo se tiver telhado de vidro”.
Por outro lado, pediram ao autarca que dê o exemplo e doe ao povo ou à alguma instituição parte do seu salário e dos subsídios que usufrui, porque, garantiram, se ele der o exemplo, “quem sabe” eles, os vereadores podem ir atrás.
Contactado pela Inforpress, Augusto Neves prometeu uma reacção, “talvez” na segunda-feira.
C/ Inforpress